Este país é mesmo um coio de invejosos de vistas curtas. Agora, anda a populaça indignada com os vencimentos da comissão instaladora do novo banco estatal: meros 500 mil euros por ano e lá se ergue a cambada miserabilista em pé de guerra.
Mas esquecem-se do âmbito social e solidário da medida: dois dos agraciados vêm do BCP e do BPI, bancos tremidos que há meses amputaram os seus salários. Outro carrega ainda o estigma de se ter visto embrulhado, por certo sem culpa, nas desgraças da SLN. O futuro chefe da coisa labutava num fundo de investimento ligado ao sector da construção – o que não se afigura como carreira lá muito prometedora.
Assim sendo, quem sabe a que misérias escaparam as pobres almas agora acolhidas pelo bom Estado?
Esta caridade também abarcou um reformado da Opus Dei, que se eximiu ao pagamento de uma verba absurda em multas. O infeliz estava na iminência de ter de desistir dos seus passeios de helicóptero... caramba, queriam que o senhor se arrastasse por aí de Rolls?
Outros fadados à indigência, como o ex-mecenas das Artes do BPP e o ex-mecenas da alcateia laranja do BPN, já tomaram lugar na fila das prescrições.
Se calhar, serão atendidos, tendo em vista que a nossa procuradora-geral manifesta há muito, segundo um juiz do Tribunal de Contas, uma certa queda para a “lentidão inadmissível”. Dir-se-ia escolhida a dedo para espalhar a misericórdia estatal; uma espécie de Madre Teresa de banqueiros e políticos.
Bem haja quem tem esta arte de colocar as pessoas certas nos lugares adequados!
4 comentários:
Bom post.
Ora nem mais. Há que salvar estes mecenas e com eles a Pátria.
Arre Rainha!! Uma meia dúzia de letrinhas, coisa pouca, quase nada, de dois em dois meses!?
É isto!?
Bem sabemos que a palavra é de ouro mas isto é açambarcamento!
É a vida; mas há-de andar menos complicada :-)
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