13/01/15

Determinismo e indeterminismos

O ambiente social em que uma pessoa cresce não contribui para ele se tornar ou ter simpatia por terroristas; opss, não, afinal até contribui...

Bem, talvez o argumento da Helena Matos não seja criticar o determinismo em geral, mas apenas criticar o modelo determinista normalmente proposto - em vez de "exclusão social gera terrorismo", ela proponha um modelo "islamismo gera terrorismo" (mas pelo mesmo raciocinio, poderia-se contrapar que em tempos o possivelmente melhor jogador francês era um muçulmano de ascendência magrebina).

Claro que ela pode estar a propor um modelo em que ser muçulmano é condição quase necessária mas não suficiente para se tornar terrorista, mas nesse caso o "sociologês vigente" pode retorquir o mesmo acerca da exclusão social, e logo o contra-exemplo que ela dá é irrelevante.

Diga-se que até a capaz de ser verdade que o terrorismo não é fruto de "exclusão social" - é capaz de não ser o caso dos 3 terroristas franceses, mas realmente grande parte dos terroristas parecem vir de uma meio de classe média-alta (no caso do terrorismo islâmico, consta que ser engenheiro é um factor de risco[pdf] - já os terroristas de esquerda parece que costumam ser sociólogos).

4 comentários:

Anónimo disse...

e os terroristas noruegueses que mataram mais que estes, caem adonde no pret a porte da ex-maoista (ou provavelmente ataché da cia na dita organização)?

joão viegas disse...

A unica coisa que o determinismo ainda não conseguiu explicar até hoje, é por que curioso atalho uma infima parte das espécies se conseguiu desviar do caminho comum, e saltar directamente do cérebro do protozoario para o cérebro da Helena Matos...

Miguel Serras Pereira disse...

Caro Miguel, o que me divertiu, ao ver o segundo post da HM que citas, foi verificar a convergência prometedora da sua tese com o repúdio "intercultural" que Boaventura Sousa Santos recomenda da "laicidade total". (Cf. http://viasfacto.blogspot.pt/2015/01/boaventura-sousa-santos-e-o-negocio-da.html).

Abraço

miguel(sp)

Miguel Madeira disse...

Também tinha pensado nisso, sobretudo aquela parte de "legislação que fará de conta que as religões não existem"