Ontem, na Quadratura do Círculo, António Lobo Xavier dizia que, embora haja vários exemplos na Europa de governos sem o partido mais votado, o que não há é um governo liderado por um partido derrotado nas eleições, como seria o caso do PS.
Para começar, se "ganhar eleições" é ambíguo, o conceito de "o derrotado" ainda mais é: numa interpretação simplista, "derrotados" seriam os partidos que não ficaram em primeiro lugar, mas em príncipio não é disso que ALX está a falar (afinal, se ele diz que há governos compostos e liderados por partidos que não ficaram em primeiro, mas que não há governos liderados por partidos derrotados, que dizer que não considera "derrotado" como sinónimo de "não ficar em primeiro"); imagino que ele queira com "derrotado" exprimir um conceito mais psicológico do que objetivo, estilo "ter um resultado muito mau comparado com as expetativas".
Mas, de novo, o exemplo que toda a gente dá para dizer que o partido mais votado não é necessariamente quem "ganha" as eleições, a Dinamarca, não nos deixa em paz: após as últimas eleições, quem foi para o governo foi o Partido Liberal (mais ou menos similar ao nosso PSD); ora, em 2011 os Liberais (emboram tenham ficado na oposição) tinham sido o partido mais votado com 26,2% dos votos, enquanto nas de junho passado passaram para 19,5%, ficando como o terceiro maior partido, atrás dos Socia-Democratas e da extrema-direita - se o PS (que até subiu de votação e diminuiu a diferença face ao maior partido) foi "derrotado", então que dizer dos Liberais dinamarqueses (que neste momento estão a governar sozinhos a Dinamarca, com o apoio parlamentar do resto da direita)?
16/10/15
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