12/12/17

É Raríssima a transparência na vida pública. Nada muda se não existir vontade política.

O episódio que ocupa a Agenda mediática não é um caso raro. É, apenas e só, o caso que monopoliza a ordem do dia, e que, consequentemente, a PGR irá investigar. A normalidade democrática é assim mesmo.
Sem a investigação que a TVI realizou este caso não teria sido notícia. Teria continuado a correr a vida lindamente a toda a gente envolvida.

Vieira da Silva - um homem para quem a sustentabilidade da Segurança Social não lhe permite aumentar mais do que 10 euros nalgumas pensões - conhece bem a Raríssimas. Terá feito parte dos orgãos sociais da coisa. Aguardam-se explicações do homem sobre as suas circunstâncias. Nada o irá afectar. É raríssimo que algo aconteça.

Ninguém consegue sacar milhões ao Estado, para financiar uma grande vida de luxo, sem nenhum mérito pessoal ou profissional, se não tiver os conhecimentos adequados. Se não usar o dinheiro que recebe para adquirir serviços aos prestadores que contam, se não tiver uma boa teia de relações "sociais", se não estiver suficientemente próximo do arco da governação e tão afastado quanto necessário para por aí se poder manter, venha quem vier.

O dinheiro público é um "interdito" quando se trata de remunerar o trabalho honesto, de compensar o percurso profissional de décadas, de promover uma maior justiça social. Mas, quando se trata de assinar cheques cujo destino final é "raríssimo" conhecermos, não há austeridade ou pudor que nos protejam.

0 comentários: