30/01/13

Os assentados de Milton Santos, prudentes a um passo da vitória: a resistência organiza-se, solidariedade precisa-se (9)


Chegou ontem à noite ao assentamento Milton Santos a notícia de que o Tribunal Regional Federal (TRF) da 3ª Região decidiu favoravelmente a medida cautelar que pedia a suspensão da liminar de reintegração de posse do terreno. A ação, impetrada pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), impede que a Usina Ester e o grupo Abdalla recorram ao uso de força policial para retirar as famílias do assentamento até que a questão da matrícula de propriedade do terreno seja resolvida.

O prazo para que as famílias evadissem o terreno iria se esgotar hoje. Por isso, a terça-feira foi, até à chegada da notícia, um dia de preparativos para a resistência. Militantes independentes e de diversas organizações, entre elas o Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), chegavam para se somar às famílias, mas aguardavam ansiosamente toda e qualquer notícia vinda das instâncias judiciárias.

Paralelamente, as famílias organizavam conversas com o intuito de retomar a produção de alimentos, que já vinha parada desde que o processo de luta se intensificou com a notificação do despejo. Apesar da ameaça constante, os pequenos produtores entenderam, desde a última plenária realizada na ocupação do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), que era hora de rearticular as atividades, uma forma de não se deixar derrotar pelo clima de incerteza com que jogam a Usina e os agentes governamentais.

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