23/10/15
Marisa Matias, a democracia e a Europa
por
Miguel Serras Pereira
Se Marisa Matias tem, sem dúvida, razão ao afirmar que quem "invoca a Europa para silenciar a democracia, mais não faz do que atacar a Europa e atacar a democracia", seria bom que, assumindo as consequências dessa sua tese, explicasse aos seus camaradas e aos cidadãos em geral que também quem invoca a democracia para fragmentar a Europa, mais do que simplesmente atacar a Europa, desiste de lutar pela democracia.
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6 comentários:
Meu caro Miguel,como tu costumas dizer a meu propósito não tenho nenhuma procuração para defender a Marisa, mas, julgo saber que ela defende firmemente uma ideia de Europa dos cidadãos, e que não se inscreve nas correntes que defendem a saída do euro e até a saída da União Europeia. Mas, no discurso dos últimos dias, o BE e os seus dirigentes estão a revelar dificuldades quando são acusados de serem anti-europeistas. Ontem, na TVI, frente a uma Judite de Sousa particularmente acutilante nesta matéria, Catarina Martins - que deu uma excelente entrevista de manhã na Antena U a Maria Flor Pedroso - foi incapaz de cortar cerce este tipo de argumentação, de alguma forma condescendendo. Não gostei.
Mas, meu caro, eu também exprimo a minha concordância com a Marisa e limito-me a observar que seria bom vê-la explicitar melhor o seu europeísmo — que, nos últimos tempos, tem sido bastante maltratado no BE (para não dizer pior).
miguel(sp)
melhor ainda seria invocar a Democracia para renegar responsabilidades que foram democraticamente consagradas em Tratados
Anónimo das 11 e 57
Não sei se entendi bem o seu comentário. Em todo o caso, parece-me que os métodos burocráticos e tecnocráticos utilizados por várias soluções arquitectónicas da UE foram notavelmente avessos ao debate e decisão democráticos porque tudo se processou à margem da participação da grande maioria dos cidadãos.
msp
olá Miguel
à margem, por decisão dos burocratas e da classe política ou à margem devido à indiferença generalizada dos cidadãos europeus?
os empréstimos recorrentes às PPP's, subsidiados por fundos europeus, foram ocultados de alguém?
não. foram publicitados em todos os media.
o Miguel recorda-se da prosperidade ficticia dos anos 80 e 90??? alguém se preocupava com o endividamento do nosso estado???? falava-se nisso mas ninguém prestou atenção.
miguel, acha, sinceramente, que os cidadãos desejam participar activamente na política? (estou a ser mauzinho, devil's advocate, as it were)
esta tese de que tudo se "processou à margem da participação da grande maioria" é apenas parcialmente verdade. eu soube te quase tudo o que se passava. nada me impedia de contactar os eurodeputados portugueses.
percebo o seu ponto de vista e gostaria muito que muitos tivessem participado
participaram os governos que foram eleitos por todos nós, bem ou mal...
correcção >
eleitos por todos nós, não!
por todas/os elas/es
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