01/12/15

Os exames do ensino primário

Imagino que grande parte dos comentadores que são a favor nos exames na escola primária tenham idades não muito diferentes da minha (com "não muito diferentes" estou até a incluir os que tenham mais dez anos que eu), logo em princípio não tiveram exames na primária; devo então deduzir que esses comentadores se consideram o fruto de um sistema de ensino facilitista (se calhar alguns até já se voluntariaram para voltar a fazer a quarte classe, porque têm noção que a que fizeram provavelmente não valeu nada e precisam de verdadeiras bases).

1 comentários:

Pedro Baptista disse...

Carta Aberta

Boa tarde. Envio a carta que elaborei em relação ao ensino básico.
Cumprimentos


Exmo. Sr. Primeiro Ministro António Costa

Como pais de uma aluna do 3º ano do Ensino Básico, vemo-nos na necessidade premente de o sensibilizar para a situação caótica em que o anterior executivo lhe lega o referido ensino.
O final das provas de 4º ano foi um enorme passo positivo, contudo o cerne da questão deverá ser a alteração das metas curriculares.
De facto, apesar de pais, professores, psicólogos, educadores e diversas entidades nacionais alertarem para o excessivo e desadequado conteúdo das metas curriculares impostas (tendo inclusive sido entregue uma petição na Assembleia da República com mais de 10.000 assinaturas), ainda nada foi revertido. Programas extensos, complexos, necessariamente lecionados à pressa tornam-se impossíveis de cumprir, sendo apenas sumariados. Na pratica resultam numa “geringonça educativa”, uma panóplia desestruturada e desarticulada de informação avulsa, para terror de miúdos e graúdos. Os alunos ficam literalmente sem tempo para ser crianças, sendo muitas medicadas, como se de psicóticos se tratassem.
A criatividade, a atividade física e o espírito crítico anulam-se, perante a avalanche de informação. E para quê tudo isto?
Como pais, temos a sincera esperança que finalmente se reúna a vontade política de criar uma escola melhor, com valores humanos, onde todos se sintam valorizados e desenvolvam o seu espírito crítico, a sua felicidade interior.
Referiria, como um magnífico exemplo e uma referência de qualidade no panorama nacional a Escola da Ponte (sita em Vila das Aves), com o seu projeto educativo inovador, que substitui o paradigma da competição pelo da cooperação, na persecução de uma sociedade mais digna, mais justa e melhor.
Que no futura escolas como esta se tornem a regra, não a exceção.

Com os melhores cumprimentos

Pedro Batista