São já recorrentes os problemas no Podemos entre Pablo Iglesias e outros dirigentes. Desta vez o "inimigo" é o líder parlamentar, e segunda figura mais destacada do Podemos, Íñigo Errejón, a entrar em colisão com Iglesias. Esta clivagem está a provocar divisões internas e o afastamento de dirigentes numa lógica que enfraquece o projecto politico. Parece que a proximidade do poder faz mal a Iglesias. Ou será que a proximidade do poder apenas permite deixar mais a nu quais são afinal as verdadeiras convicções democráticas do líder do Podemos? Iglesias veio a público demarcar-se de uma campanha que nas redes sociais elegia o seu opositor como alvo.
Parece indiscutível que a lógica do debate democrático e do combate politico está a ser secundarizada pela cultura dos egos. Rajoy pode dormir descansado.
28/12/16
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3 comentários:
Os partidos políticos são criados com um único objectivo: a conquista do Poder. Isso vale como objectivo externo, mas é também esse o objectivo nas disputas internas entre os diferentes quadros e fracções.
A história dos partidos políticos já é suficientemente longa e esclarecedora, desde dos partidos da burgesia liberal aos fascistas e marxistas-leninistas das diversas tonalidades. Mas para os ainda crentes na necessidade dos Partidos sempre poderão ler "A Sociologia dos Partidos Políticos" de Robert Michels que já no começo do século XX falava da "lei de ferro da oligarquização" nos partidos operários.
Passo a passo, Libertário vai construindo o seu projecto de libertação, o que é a diversos titulos altamente elogiável.Mas as dificuldades são imensas. No segundo volume do "Comité Invisivel", a mais subtil e radical das mensagens de fazer uma outra politica, é escrito preto no branco: "" Nós não vivemos, depois de 2008, uma brusca e inesperada " crise económica ", assistimos tão-só a um lento falhanço da economia politica enquanto arte de governar. (...) ora são justamente os fundamentos da velha prática governamental que a gestão através da crise permanente se abalança agora a pulverizar.Não vivemos uma massiva " crise de confiança ",mas o fim da confiança que se tornou superflua.(...) Depois da derrota dos anos 1970, a questão moral da radicalidade posicionou-se insensivelmente como alternativa face à questão estratégica da revolução. Isto é, a revolução foi condenada como todas as outras coisas nestes decénios: foi privatizada ". Niet
Rajoy pode dormir descansado, sim senhor. O Podemos, tal como o Syriza, o BE e muitos outros movimentos progressistas sucumbem sempre à mesma maleita: egos inflacionados pelo imperativo messiânico. :)
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