25/10/17

A costela "Paulo Portas" de Vieira da Silva - Parte II

Um ministro que declara que "os objectivos no subsídio de doença não foram atingidos", está a falar do quê?

Está-se a referir , sendo um ministro de um Governo socialista, apoiado pela esquerda comunista e bloquista, ao facto de o  subsídio por doença não ter, eventualmente, chegado a todas as pessoas doentes da  forma mais rápida e mais eficaz, possibilitando-lhes o melhor e mais efectivo tratamento e uma rápida recuperação?

Nada disso. O ministro está a reconhecer que a despesa com este apoio social ficou 121 milhões acima do valor estimado. E, reconhece o ministro, "é preciso “utilizar critérios mais finos” para combater o recurso abusivo a esta prestação."

Critérios mais finos? Recurso abusivo a esta prestação? Porque será que o ministro não é claro? Porque será que não quantifica os casos que detectou, que sustentam a sua tese? Quem lhe disse que um aumento do subsídio de doença está associado a um aumento de fraudes, em vez de a um aumento de doenças?

Que critérios usa o ministro para estimar o número de pessoas que vão adoecer num determinado ano? Será o mesmo que usam para estimar a área ardida?

Qual será a lógica de, nesta altura, o ministro dito da solidariedade e da segurança social vir repetidamente  com este discurso a tresandar a um neoliberalismo de antanho. Numa altura em que as pessoas mais vulneráveis, são confrontados com um Serviço Nacional de saúde que presta um cada vez pior serviço aos seus utentes. Realmente o legado de Robert Nozick faz-se sentir nos locais mais inesperados, ou talvez não.

PS - declaração de interesses: não me recordo de alguma vez ter recebido subsídio de doença.

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