17/09/12

Consciência dos mecanismos da opressão


"Estava só ali, a observar a reacção dos polícias porque sei que por detrás deles há muito poder e que eles são marionetas. Estão ali porque recebem dinheiro para alimentar os filhos. Às vezes vemos os polícias partir para a violência e aproximei-me porque queria perceber o que é que eles eram capazes de fazer. Porque eles também são o povo, também estão a ser prejudicados com as medidas [do Governo].” 

Para mudar as actuais estruturas de domínio e submissão não basta estar consciente da sua existência. É também fundamental perceber os mecanismos que as mantêm. Porque só assim será possível realmente acabar com a opressão do humano pelo humano. Mudar por mudar não basta.

4 comentários:

Libertário disse...

Mas é também fundamental entender que os seres humanos tem liberdade e autonomia para decidirem sobre as suas vidas, dentro de todos os condicionalismos culturais, sociais e económicos. Não são obrigados a servir a polícia, o exército, o pelotão de fuzilamento ou serem carrascos, mesmo quando no limite sejam obrigados a o fazer e recusem.
Caso contrário teremos sempre que entender, e até "perdoar", o PIDE, o torturador, o nazi, o militar assassino pois todos servem a "pátria" e "o povo" e precisam de comer...

Pedro Viana disse...

Caro Libertário,

Concordo consigo. Como afirma, os "condicionalismos culturais, sociais e económicos" não podem servir como justificação e perdão para tudo, a posteriori. Mas a consciência da existência de tais condicionalismos, a priori, é essencial para delinear estratégias que realmente acabem com a capacidade da oligarquia em dividir os que oprime, lançando-os uns contra os outros, enquanto observa incólume.

Cumprimentos,

Pedro

Anónimo disse...

Isto é, se a rapariga percebesse os mecanismos da opressão ( como nós os percebemos, está subentendido ) o seu gesto teria valor; estando ela consciente mas "sem perceber", o mesmíssimo gesto não leva a lado nenhum...
Quão longe este primado da doutrina nos tem levado, caraças!

MJH

Libertário disse...

Pessoalmente não tenho grande disposição para abraçar polícias... mas longe de mim criticar o simpático, e mediático, gesto da menina que fez o que entendeu.
Pela sua liberdade de o fazer, quando poucos(as) o fariam e pela surpresa que provocou merece a minha admiração.