17/06/13

O dia será longo

Os últimos dias no parque Gezi, no centro de Istambul, foram cheios de alegria. O parque que se tornou a sede pública de contestação ao governo conservador de Tayyip era um ser vivo e em movimento.
Não havia um momento em que algo não acontecesse. Ou eram os Ritmos da Resistência (grupo internacional que também existe em Lisboa e no Porto) que tocavam durante horas, ou recitais nocturnos de piano, ou a primeira manifestação de surdos-mudos que apoiam este movimento, ou, simplesmente, sempre alguém a tocar, a cantar, a dançar em algum canto do Gezi.
Era um espaço cultural impregnado de política. Há dois dias o governo disse que o protesto tinha os dias contados e recomendou às famílias que levassem os seus filhos para casa. Em resposta, diariamente mais de uma centena de mulheres passou a dar as mãos, a criar uma corrente humana, passeando pelo parque a gritar "Nós, mães, estamos convosco, e orgulhosas de vocês".

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