Os últimos dias no parque Gezi, no centro de Istambul, foram cheios
de alegria. O parque que se tornou a sede pública de contestação ao
governo conservador de Tayyip era um ser vivo e em movimento.
Não
havia um momento em que algo não acontecesse. Ou eram os Ritmos da
Resistência (grupo internacional que também existe em Lisboa e no Porto)
que tocavam durante horas, ou recitais nocturnos de piano, ou a
primeira manifestação de surdos-mudos que apoiam este movimento, ou,
simplesmente, sempre alguém a tocar, a cantar, a dançar em algum canto
do Gezi.
Era um espaço cultural impregnado de política. Há dois
dias o governo disse que o protesto tinha os dias contados e recomendou
às famílias que levassem os seus filhos para casa. Em resposta,
diariamente mais de uma centena de mulheres passou a dar as mãos, a
criar uma corrente humana, passeando pelo parque a gritar "Nós, mães,
estamos convosco, e orgulhosas de vocês".
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