Mais a Norte do que a Sul, estes contínuos urbanos caracterizam-se por estarem muito afastados de um centro ou de equipamentos públicos ou comerciais de suporte às populações, pela inexistência de relações de vizinhança ou pela predominância/necessidade de utilização do automóvel para todas as deslocações. São como não-lugares que se vão construindo em que cada habitante apenas cuida e reconhece como seu o que está dentro do seu muro. Não há espaços comuns, nem partilhados. Não há comunidade.
Excelente post do Tiago Mota Saraiva a ler na íntegra. E que gostaríamos de ver completado sobre uma reflexão paralela sobre os processos de "produção do espaço" (e ordenação do tempo) homólogos e cúmplices do descrito pelo Tiago para "o espaço construído não urbano", que "dessocializam" as nossas cidades. Que tornam as nossas cidades anti-sociais, ou as "desurbanizam" — se incluirmos no urbano, na esteira de Henri Lefebvre e outros, o momento normativo incontornável de qualquer coisa como um "direito à cidade" — despojando-as desses "comuns" ou "suportes" da cidadania dos seus habitantes que faziam, de acordo com uma expressão que data da afirmação do movimento das comunas medievais, com que o ar que estes nelas respiravam os tornassem livres.
15/08/10
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