23/09/11

Palestina



Há momentos, Mahmoud Abbas entregou uma carta a Ban Ki-Moon, secretário-geral da ONU, na qual requer o estatuto de membro de pleno direito para o estado palestiniano. Não é, na minha opinião, a melhor solução para o conflito israelo-palestiniano, a qual passaria pela existência de um só estado, plenamente democrático (o que Israel está longe de ser), laico e aberto a todos que nele queiram viver. Mas é a única solução realista no horizonte, e irá permitir ao palestinianos afirmarem-se, nem que seja apenas simbolicamente, como povo de iguais direitos perante a comunidade internacional. O estatuto de membro permanente da ONU para a Palestina será seguramente vetado pelos EUA, se estes não conseguirem impedir que pelo menos 9 membros do Conselho de Segurança da ONU votem favoravelmente a concessão de tal estatuto. Este assunto pode parecer muito longínquo das nossas preocupações mais prementes, mas acontece que Portugal terá um papel importante nos tempos mais próximos, como actual membro não-permanente do Conselho de Segurança da ONU. Tendo em conta a alegre subserviência que este governo demonstra no contexto europeu, não ficava de todo espantado que tal atitude se mantivesse perante os EUA, resultando numa mais que provável e cobarde abstenção perante o requerimento palestiniano. Também pode ser requerido o estatuto de estado observador directamente à Assembleia Geral da ONU, o que Mahmoud Abbas só deverá fazer quando (o que pode demorar meses) ouver uma decisão formal do Conselho de Segurança da ONU. O estatuto de estado observador poderá permitir, por exemplo, à Palestina acesso directo ao Tribunal Internacional de Justiça e ao Tribunal Penal Internacional. De qualquer modo, os palestinianos sabem perfeitamente que este seu passo diplomático seria inútil sem acções no terreno que re-lembrem o estado de ocupação de que padecem. E por isso estão a ser organizadas enormes manifestações na Palestina para os próximos dias. Acabo deixando um vídeo realizado pela Avaaz, que nas últimas semanas tem desenvolvido uma intensa campanha mediática em apoio do requerimento palestiano, e que descreve factualmente a opressão que Israel exerce nos territórios por si ocupados na Palestina.


2 comentários:

Provos Brasil disse...

Ou as fronteiras de 1948 ou nada mais!

Palestina Livre!

Muito bom o blog!

Provos Brasil

tempus fugit à pressa disse...

Ou as fronteiras de 1948 ou nada...

obviamente nada

1 milhão de tutsis foram mortos por terras e água

A demografia está contra Israel
E a água contra os palestinianos

vão ser mais umas 5 a 10 décadas de diáspora
quem tem a bomba bombeia nus bizinhos