16/05/14

Acho que já ouvi isto em qualquer lado. A saída do euro: primeira coisa a fazer assim que se chega ao governo


A ver entre os 20 e os 40 segundos. Será Linda Reis um dos reforços para a campanha eleitoral destas europeias? Patriotas honrados do PCP, MRPP, MAS, Ladrões de Bicicletas e Rubra, de que estais à espera? Aqui está a cara que pode unificar a esquerda patriótica e finalmente mobilizar e libertar o imorredoiro e heróico povo português da ingerência externa da maléfica "Almenha".

p.s. Tenho de agradecer ao Zé Nuno Matos por me ter dado a conhecer este vídeo sobre a vanguarda intelectual dos defensores da saída do euro.

3 comentários:

Miguel Serras Pereira disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Miguel Serras Pereira disse...

João,

não sei se todos os Ladrões de Bicicletas pedalam no sentido que dizes. Mas lá que alguns deles fazem os possíveis por apresentar a via nacionalista mais extrema como panaceia mágica capaz de resolver — de cima para baixo, através de um governo patriótico e de esquerda — a questão social como uma evidência, disso não tenho dúvidas. Quem as tiver que leia o espantoso post de Jorge Bateira "Votar pela Democracia" (http://ladroesdebicicletas.blogspot.pt/2014/05/votar-pela-democracia.html) contra as "utopias federalistas", que, recomendadno o voto nos que apostam na saída unilateral do euro e na recuperação da soberania nacional, aponta de facto para o voto, por razões patrióticas, no PCP (pois é duvidoso que Jorge Bateira esteja a pensar no MRPP ou no MAS), contra o BE —e o LIVRE ? —, a abstenção deliberada ou o voto em branco, e reivindica o monopólio ds defesa da democracia para os seguidores de Jerónimo. Não é claro se Jorge Bateira vai ou não ao ponto de, como Jacques Sapir em relação ao FN de M. Le Pen, incluir no campo popular ou democrático os pequenos grupos da extrema-direita nacionalista portuguesa , mas, faça-o ou não, reduzir o voto dos democratas ao voto nos inimigos do federalismo, ou reduzi-lo aos que, entre eles, se dizem de esquerda, denota uma singular concepção da democracia e torna visível que tipo de regime os anti-europeístas incondicionais sonham para Portugal.

Abraço

miguel(sp)

João Valente Aguiar disse...

«não sei se todos os Ladrões de Bicicletas pedalam no sentido que dizes». Pois Miguel, mas os que não pedalam ou estão parados a ver a paisagem ou são os que andam pelo campo do PS. Aliás, é inusitado (ou se calhar nem o é) que o PS seja neste momento mais progressista (e mais europeísta) do que amplos sectores que se consideram à sua esquerda. Essa esquerda que responde à política da austeridade com a defesa de uma política nacionalista e proteccionista mostra que está, na realidade, à direita do chamado arco do poder.

Sobre o Sapir e a tal aliança/aproximação à Frente Nacional. O silêncio de todos os seus adeptos sobre o assunto é, por si só, significativo. Como também o são todos os discursos em torno da fusão do social no nacional, ou do delírio de querer competir com a extrema-direita no campo político-identitário da nação. Não há na História europeia um caso significativo de transferência de forças (políticas, humanas e sociais) da extrema-direita para a esquerda, mas há gente que acha que vai reverter o processo. De facto, o que sempre aconteceu foi o inverso. Quando uma grande parte da população articula a sua (in)compreensão da vida social e política em termos nacionalistas, e em casos em que existam agrupamentos de extrema-direita, nunca a esquerda conseguiu inverter o processo recorrendo a discursos em torno da nação e da pátria. Aliás, quando os temas da nação se tornam hegemónicos na população, isso é sinal de que as lutas sociais ou quase não existem, ou então são encabeçadas numa perspectiva burocrática e hierárquica como uma massa disforme e sem criação de instituições próprias. Mas de que serve falar de instituições autónomas quando a esquerda que se considera anti qualquer coisa só conhece as formas partido, sindicato e Estado? Ainda por cima, vendo o Estado, os partidos e os sindicatos da maneira mais verticalizada (e autoritária) possível.

Abraço,
João