22/11/15

O estado de emergência em França

É impressão minha ou o atual estado de emergência francês (com proibição de manifestações, possibilidade de deter pessoas sem autorização judicial, etc.) é muito mais limitador das liberdades civis que o tão criticado "Patriot Act" norte-americano pós-11 de setembro? E com a agravante que não me parece estar a levantar em França as críticas que o "Patriot Act" levantou nos EUA.

Será que, pelos vistos, nós, europeus, somos mesmo mais dados que os norte-americanos a estarmos dispostos a trocar liberdade por segurança? Poderá ser também o caso que os "líderes de opinião" tendem a ser menos críticos para com um presidente francês (e do Partido Socialista) do que seriam para com um presidente norte-americano (sobretudo se for Republicano)...

Outra coisa que me ocorre: a tal conversa do "eles odeiam-nos pela nossa liberdade" é idiota (afinal, os islamitas radicais também não são fãs de ditaduras comunistas, de ditaduras nacionalistas relativamente seculares e alguns nem gostam de monarquias absolutas islâmicas que se desviem um milímetros da linha mais radical), mas é capaz de ter uma coisa boa: leva a que se seja mais cuidadoso em restringir liberdades em nome do combate ao terrorismo, já que leva as pessoas a acharem que se se restringir muito as liberdades "os terroristas ganharam".

2 comentários:

Anónimo disse...

Como escreveu em editorial o incontornável hedo, Le Canard Enchainé,cinco dias apòs os trágicos ataques do " 13/11/" em Paris, Hollande passou de flanby a flambard, portanto, da moleza tipo " pudim flan " a violento lança-chamas comportamental...Iludindo o eleitorado com uma discutivel politica de bombardeamento colossal contra o ISIS na Siria; e decretando agora um verdadeiro " estado-de-sitio " em França, medida muito perigosa e com intuitos politicos inconfessáveis. O mandato do PR francês( socialista) tem sido uma lástima e tende cada vez mais para a direita, copiando descaradamente os traços mais funestos e tenebrosos do seu antecessor, Nicolas Sarkozy. Martine Aubry, a filha de Delors, bem predisse que Hollande era " nulo "... A imagem publica e politica do titular do Palais de l´Elysée
tem andado, quase desde o inicio do seu mandato, pelas ruas da amargura,tais as incongruências e deriva eleitoralista archi-oportunista a que lança desesperdamente mão para tentar subir nas sondagens, e assim, poder acalentar o perverso designio de se recandidatar de novo à chefia do Estado. Niet

Anónimo disse...

Mas um "estado de emergência" é temporário, o patriot act não.