09/08/10

Notícias (atrasadas) do país dos brandos costumes

Nas notícias sobre a morte de Dias Lourenço, repete-se a menção aos 17 anos que ele passou nas prisões de Salazar. Assim en passant, como se se tratasse de uma vulgar comenda ou de uma etapa num CV bem comportado: "esteve x anos na empresa y".
Dezassete anos. Mais de duzentos meses. Uma eternidade de dias.
Quantos criminosos, mesmo assassinos confessos, serão hoje privados de uma tal fatia das suas vidas? E quantos exemplos destes será preciso esfregar nas trombas dos que agora reduzem o Estado Novo a uma coisa assim ligeira, nada que se comparasse com as ditaduras a sério?

1 comentários:

jpm disse...

Não sei o que me faz mais confusão, se as tv's terem passado pela morta dele como vinha vindimada, se a a indiferença quase geral com que o resto das gentes o tratou.
Isto para nem entrar na estultice dos comentadores do costume.