24/08/10

Olha; pisei um Vidal...

Só mesmo um cagalhão escrevente para achar que basta apresentar a capa de um livro para justificar seja o que for. Sobretudo uma imbecilidade como afirmar que Badiou sabe «mais – tecnicamente – de matemática que todos os matemáticos cá do burgo juntos». O argumento de autoridade ridículo (o livrinho que já deve ter sido reciclado há anos) está lá; alguma espécie de defesa da bojarda é que não – o que não é de admirar, dado a criatura saber tanto de Matemática quanto de Português. E a insistência só vem demonstrar não só a profundidade do seu entendimento de Badiou como a previsível qualidade do opúsculo.

6 comentários:

nunocastro disse...

mas isso faz o teu "argumento de autoridade" cair pela base. só te devias pronunciar tendo lido o livro do Vidal, caso contrário o teu comentário é quase tão pedante como o do distinto Vidal.

e bem assim, na minha modesta opinião o livro é bastante mau...o que não quer dizer que eu não goste do que escreve o CVidal. Não sou como certas pessoas que detestam o Bolaño porque se lembraram um dia de ler umas páginas...

qed

Carlos Vidal disse...

Caríssimo nuno,
sinceramente, gostei do seu recado para o Bruno, também lhe mandaria o mesmo.
Já sobre o meu livro, seria pertinente passar a apreciação para o analisado?
(Sim, tenho uma notinha do sujeito.)
Mas admito que tal seja tão pertinente quanto nada pertinente.
Às vezes, é verdade, escrevem-se coisas simpáticas de circunstância e sem valor nenhum. É um facto.
Abraço
CV

Niet disse...

Badiou-para lá dos problemas com a Matemática - que o Lacan e a Kristeva também tiveram no seu tempo...-não é,desde há um certo tempo,Marxista Leninista nem maoista. Quem o assevera é o seu discípulo normalien, o incontornável Mehdi Beljah Kacem, no livro intitulado," Pop Philosophie ". Ora, preto no branco, M.B. Kacem aponta: " Acredito, como Badiou, que não existe política senão revolucionária. Badiou bem tentou jogar com a provocação proclamando a sua fidelidade ao Maoismo; o que se passa é que ele não se interessa nada pelo Estado chinês- ele repele-o como todo o tipo de Estado- mas, tão só se interessa pelo processo revolucionário ". Voilà, o nó górdio da questão desfeito...Niet

nunocastro disse...

Caro Carlos

reafirmo (embora aqui não seja o lugar ideal para este debate): gosto bastante do que escreve apesar de poder estar em desacordo consigo (e estou muitas vezes) - e isto não é um comentário de circunstância.

quanto ao livro, perdoe-me os termos, foram... brutais, confesso. e isso não se faz. Todavia, mantenho a minha desilusão a propósito do seu livro, que considero uma obra aquém daquilo a que se propunha (os termos agora estão mais eufemizados, mas são também mais justos) até porque ela revela frequentemente uma dificuldade a entrar no pensamento de Badiou. E isso é fácil de constatar lendo os diversos comentadores, exegetas e etc do pensamento do filósofo, do qual, reafirmo tb estou longe de ser um conhecedor.

se me permite a ousadia, do que tenho lido seu, penso que hoje escreveria um livro bem mais conseguido.

Carlos Vidal disse...

Caro nuno,
De certo modo (apenas de certo modo) sou tentado a concordar consigo.
Há por lá argumentos que eu não usaria, outros que tentaria desenvolver, mas claro que o livro hoje teria de sair melhor. Como não?

Anónimo disse...

Cagalhão escrevente?
Elevado nível, assim gosto...

A.M.