Prezada Ana Vidigal,
uma vez que tem fechada a caixa de comentários deste seu post, não leve a mal que lhe ponha aqui a questão seguinte - e logo se verá, depois, se é, ou não, possível alguma discussão de jeito.
Não lhe parece que o balanço em vista de novas acções de uma campanha contra uma legalidade assassina como a que oprime o povo iraniano exige coisa menos melodramática do que a pia indignação policial virtuosa de um título ou post assim (é ao texto que me refiro: Onde estavas tu às 18 horas de 28 de Agosto de 2010?, e não às imagens — que, sem desprimor, não aquecem nem arrefecem)?
Ou, por outras palavras, e mais cruamente: será só devido a incapacidade minha de ler mais longe ou melhor que neste seu post surpreendo uma entoação de catequista do tempo da "outra senhora" — reciclada embora a terminologia segundo o politicamente correcto do momento —, intimando os pecadores ao exame de consciência e ao acto de contrição, e recorrendo para isso a uma apóstrofe evocativa da voz superegóica de Iavé a sair das nuvens do céu de Lisboa, como num super-moralizador, e não menos super, efeito de sonoplastia pimba, para ditar ao rebanho a compungida devoção conveniente?
Questões de forma, dirá você. Mas tem a certeza de que não tocam o fundo?
Seu leitor insatisfeito e atento
msp
29/08/10
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3 comentários:
Miguel,
Bem podes esperar resposta, que a senhora não escreve. Posta imagens alheias e umas fotomontagens pavorosas. E a mais não é obrigada.
Já a chefe da colmeia anunciou que «estive muito atenta aos silêncios e às ausências». Haverá caciquismo mais pindérico?
Essa de estar "muito atenta aos silêncios e às ausências", não trará no bico o plano de elaboração de uma lista negra ou "índex" à la Carlos Vidal?
Mas quem é essa zeladora dos bons costumes? Referes-te à árbitra das elegâncias fracturantes em que estou a pensar? Se assim é, tenho pena: não cedera ela tanto às seduções mundanas, que lhe obnubilam o espírito crítico e o talento, e digo-te que até nem seria má ideia a malta daqui da casa convidá-la a tomar este barco. Mas não se pode obrigá-la a ser livre…
Um abraço
msp
Que conversa de pêlo encravado, senhores.
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