(…) o PS perde eleitorado para a direita e para a esquerda, mas o que perde para a direita é suficiente para esta chegar à maioria; o que perde para a oposição de esquerda não é suficiente para que esta se aproxime sequer da possibilidade de se constituir, por si só, como alternativa de Governo.
(…) seria pura cegueira política desconsiderar a sondagem ontem saída. Ela sublinha o risco de uma futura hecatombe eleitoral para o PS, de uma cisão entre o PS e uma parte do seu eleitorado que pode ser duradoura.
O contexto sócio-económico nacional e internacional, a anemia política dos partidos europeus da Internacional Socialista, a sofreguidão com que os poderes fácticos dominantes e a direita política europeia sugam a riqueza produzida pelos povos que dominam, tornam a luta política cada vez mais árdua. E fazem-no em tal grau que vai ficando claro que, sem mudanças estratégicas radicais, sem um sobressalto de unidade e de inteligência colectiva do povo de esquerda e dos partidos que nele têm raízes, corremos o risco de uma prolongada agonia política sob a égide institucional dos autómatos neoliberais que os poderes financeiros internacionais irão teleguiar com bonomia e cinismo.
(publicado também aqui)
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