11/05/12

Lição de grego (2)

As declarações do ministro das Finanças alemão, Wolfgang Schäuble, proclamando que a UE estão em condições de resistir a uma saída da Grécia da zona euro, revelam, na realidade, o temor que o ministro partilha com os seus pares e capatazes perante a perspectiva de uma rebelião grega que aposta em afirmar-se e alargar-se como parada política maior a nível europeu. O que prova, uma vez mais, que a "ruptura da Grécia dacom a zona euro" poderá ser, neste momento, como escrevi há dias, a alternativa que, perante a insubmissão popular, mais convém ao establishment neoliberal da UE, e que aquilo que mais incomoda os seus interesses e ameaça a sua hegemonia "não é que a Grécia possa abandonar a zona euro, regressar ao dracma, proclamar tão formal e solenemente como em vão, a reconquista da 'independência nacional' e da 'soberania plena'; é, sim, o número crescente daqueles que, na Grécia, querem a UE e o euro, ao mesmo tempo que exigem tanto a renegociação da dívida e das condições impostas ao país pela troika como a transformação das regras do jogo do establishment da União, e, na realidade, a redefinição das normas de funcionamento que lhe servem de constituição”.

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