Queixando-se da falta de atenção que os media dão aos heróis quotidianos como a bombeira voluntária recentemente caída no combate ao fogo, Ferreira Fernandes lança a questão angustiada: «Como é possível, nos dias comuns e não de tragédia, não ouvirmos falar das Josefas que são o sal da nossa terra?»
Boa pergunta, respondida pelo Paulo Caetano: «Pensava que, com a experiência de tantos anos a fazer jornais e a dirigi-los, o FF saberia responder a isso. É simples: porque os donos dos jornais - e as direcções que eles contratam - só falariam da Josefa se ela fosse "famosa", se aparecesse em programas televisivos ou frequentasse festas 'in'. E, se numa qualquer redacção por onde o FF passou nos últimos anos, um simples jornalista desse a ideia de escrever uma história com a Josefa que é estudante e bombeira, logo receberia um rotundo 'Não!!' Afinal de contas: andamos a enganar quem?»
13/08/10
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3 comentários:
A verdade é que um artigo de uma doutorada que é striper, ou de uma professora que aparece pouco vestida em fotos de alguma revista, vendem muito mais do que um artigo sobre uma estudante-bombeira.
Para que o odioso da coisa, se é disso que se trata, não recaia apenas nos tipos que fazem jornais, talvez valha a pena dizer que colhemos o que ajudamos a semear. Os jornais são o que os leitores os deixam ser.
Nem os leitores nem os jornais gostam de arriscar. Bacalhau com batatas é monótono, mas, em havendo hábito, dá pouco trabalho ao fígado.
Esse senhor faz-me lembrar mt um director de uma revista que proibia a publicação de reportagens com negros, pobres e velhos e que agora manda postas de pescada sobre moralidades várias e apregoa as virtudes da malta que virou a casaca.
O senhor que escreve sobre "esse senhor" faz-me lembrar muito um editor que saiu de uma revista, muito chocado por não se fazerem reportagens sobre negros, pobres e velhos, para voltar, dois anos depois, como director adjunto da mesma revista que não fazia reportagens sobre negros, pobres e velhos...
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