15/10/10

A explicação detalhada das razões que desaconselham a defesa de despedimentos em Cuba, de sucessões dinásticas na Coreia do Norte e da exploração dos trabalhadores na China

Os lambe-botas dos poderes que contam vão tratar de expor as vossas fraquezas, fazendo delas motivo de chacota e de descrédito. Será que vão continuar convencidos de que vivem numa redoma e de que falam apenas para militantes, ó senhores da Soeiro?

8 comentários:

Anónimo disse...

Caro Luís Rainha:

Outras questões à parte, não seria de registar que, pelo menos, uma certa «lambe botas» (expressão que eu colho de si e que eu não uso nos meus posts)«dos poderes que contam» parece não se dar conta que o PS não exprimiu qualquer solidariedade pública com o Nobel da Paz deste ano, sem que isso seja motivo de escândalo para ninguém ?

Miguel Serras Pereira disse...

À atenção do Vítor Dias:
não tenho a menor vontade de defender o PS que tem estado na vanguarda da ofensiva oligárquica da corrosão dos direitos sociais e cívicos, da extensão da precariedade preventiva e punitiva, funcionando como uma correia de transmissão dos desígnios de sinização do planeta alimentados pelo capital financeiro global e seus hierarcas. Mas não adianta - não é legítimo nem necessário - a propósito da questão precisa que você aqui suscita ignorar a diferença entre um silêncio perante a atribuição do Nobel a um dissidente chinês e a condenação altissonante, reiterada e contumaz da atribuição do Nobel como manobra do imperialismo norte-americano.

msp

Anónimo disse...

M.S.P. :

A minha questão tinha toda a razão de ser porque, como muito bem sabe, depressa se passou do teor do comunicado do PCP para a exigência quase ultimato a dirigentes comunistas e até a não dirigentes para que manifestassem a sua solidariedade com o nobelizado.

Ora, é nesses casos que não percebo como tais mestres em direitos humanos deixam passar em claro o silêncio do PS.

Miguel Serras Pereira disse...

Vítor Dias,
parece-me que não leu bem o que eu escrevi. O que se passa é que -independentemente do assédio da "imprensa burguesa" e inexplicável através dele -, o PCP denunciou na atribuição do Nobel uma manobra do imperialismo americano contra a RPC. Não creio que possa desmentir esse facto. Mas gostaria de saber o que pensa, afinal, dessa tomada de posição. Sou todo ouvidos.

msp

Anónimo disse...

Miguel Serras Pereira,

Não contestando você que não faltou quem andasse a exigir insistentemente que dirigentes e militantes comunistas manifestassem solidariedade ao nobelizado, gostaria de saber o que pensa, afinal, do facto de ninguém reparar ou estranhar que o PS não tenha manifestado essa solidariedade.Sou todo ouvidos.

Miguel Serras Pereira disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Miguel Serras Pereira disse...

Vítor Dias,
acho lamentável que os democratas que se contam entre os militantes do PS não tenham querido ou podido impor ao Partido uma tomada de posição de solidariedade com o Nobel da Paz deste ano. Mas isso não tira uma vírgula ao que disse sobre a aberração que é apresentar a atribuição do prémio a um preso político da ditadura rumo à "sociedade harmoniosa", baseada na precarização do trabalho e no crescimento vertiginoso das desigualdades mais monstruosas, como acto ou manobra (ao serviço) do imperialismo das potências ocidentais. Como fez o PCP.
Mais ainda: se devemos denunciar a hipocrisia das já referidas potências ocidentais - cujos regimes oligárquicos olham com uma nostalgia ávida de absolutização dos seus próprios poderes o regime chinês- quando se armam em defensoras dos direitos humanos e da democracia que negam e combatem todos os dias no discurso da sua acção dirigente, isso só pode servir para reforçar o repúdio internacionalista dos que saem em defesa da potência chinesa e consideram servir o imperialismo manifestar solidariedade com aqueles que combatem a ditadura do PCC.
Resumindo e concluindo, estando eu disposto a subscrever uma crítica segundo estes considerandos que aqui deixo às omissões e/ou declarações hipócritas que o Vítor Dias evoca, o que lhe pergunto é porque não se demarca ele dos termos em que o PCP condenou como qualquer coisa de semelhante a uma agressão imperialista norte-americana a atribuição do Nobel a um dissidente chinês. É que, bem vistas as coisas, e como, por exemplo, escreve o Bruno Simão (http://aessenciadapolvora.blogspot.com/2010/10/chinesices.html):
"O capitalismo encontrou na China e no argumento chinês um terreno fértil ao seu desenvolvimento, por um lado aproveitando as condições únicas de exploração que um regime capitalista totalitário pode oferecer, e historicamente sabemos bem como o capitalismo se dá bem com o totalitarismo, por outro utilizando argumentos objectivos para a redução dos padrões económicos e sociais nas sociedades mais desenvolvidas.
Liu Xiaobo talvez esteja preso um pouco por todos nós".

msp

José Luiz Sarmento disse...

Não se pode apoiar a exploração dos trabalhadores chineses e clamar ao mesmo tempo contra a exploração dos trabalhadores portugueses.

Pelo menos se a ideia é convencer alguém que não esteja já convencido.

De um partido dito comunista esperar-se-ia, no mínimo, que compreendesse que uma defesa consequente dos trabalhadores portugueses e europeus passa necessariamente pelo combate ao capitalismo chinês.