28/10/10

Ficar sem casa, ficar sem vida

Até o New York Times se escandaliza com a situação de inúmeros espanhóis, que deixaram de pagar os seus créditos imobiliários, ficando sem casa mas mantendo as dívidas – até acrescidas de enormes alcavalas legais. O partido socialista lá do sítio já manifestou a sua oposição a uma proposta de lei que iria reduzir as proporções deste drama. Lá como cá, a estabilidade dos sistemas financeiros vem antes dessa incómoda minudência que são as pessoas.

9 comentários:

Ana Cristina Leonardo disse...

um dia destes acordamos e percebemos que o mundo virou definitivamente ao contrário - a esquerda é a direita e a direita é a esquerda. já esteve mais longe

Diogo disse...

E a Banca criminosa, os agiotas mundiais, a mamar até ao vómito… Quem não percebeu ainda o tipo de parasitismo a que todas as sociedades estão sijeitas?

Semisovereign People at Large disse...

os espanhóis não deixam muitos comer de graça
é pedagógico

não é como certos tipos que ficam a dever 100 milhões a um banco já falido

se pedem aos agiotas o que não podem pagar
queixem-se de ser estúpidos

palermas que dizem aqui não se pode tocar, tudo num país endividado até à medula

e que nem produz as pranchas de windsurf em que navega

ou faz regime

ou vai à lata de lixo da europa

Semisovereign People at Large disse...

imbecis, isto não é insultar
é uma constatação da imbecilidade das conversas de café
que sempre existiu nesse país
finanças equilibradas desde 1913
só no tempo em que tinhamos menos carros por habitante na europa

comentar o quê
cegos que guiam cegos?

José Luiz Sarmento disse...

Já li o artigo do New York Times. Se o que lá se relata é verdade, os espanhóis têm toda a legitimidade moral para fazer uma revolução armada.

Justiniano disse...

Ora, Cara Ana Cristina Leonardo, mas então não ouviu!? O mundo, só este ano, já mudou umas duas ou três vezes!! Aguardemos que faça os 180º para voltar a ser o que era!!

Niet disse...

Há grande José Luiz Sarmento ! Que nunca lhe doam as mãos pelos lancinantes e justos reptos de audacioso ânimo e vontade que nos lança!Como disse M. Bakounine, um voluntarista de alto e fraternal calibre," temos necessidade de uma outr coisa: da tempestade, da vida e de um mundo novo sem leis,e,por isso livre".(...) Sempre existiram dissensões, lutas sociais e intelectuais e lutas de partidos políticos nos periodos de maior desenvolvimento e exuberância das Nações; e é, precisamente no meio dessas lutas e graças a elas que foram mais felizes e poderosas no sentido humano da palavra "( Cartas, 1848/1872). Trotski também possui lances muito importantes contra a descrença e o nihilismo no seu famoso " A nossa Moral e a deles", onde escalpeliza o mecanismo perverso da luta de classes que dá pelo nome de norma moral: " As normas de moral " obrigatórias para todos " têm na realidade um conteúdo de classe antagónico "; e os " homens possuem um sentimento mais imediato e mais profundo da sua relação a uma classe social do que à sociedade em geral ".Liberté et égalitè! Niet

Justiniano disse...

Caríssimo Niet, mas que raio de nova edificação poderia nascer de uma revolta de inadimplentes deserdados da condição de empenhados burgueses!!?? Apenas vislumbro anseio de desejos hipotecários renovados!! Reduzem-se à proletarização da burguesia e à burguesia proletária!!

Niet disse...

Caríssimo Justiniano: Com o furor e mistério das suas sibilas todos os inadimplentes do mundo, por certo,entregar-se-iam de pés-e-mãos- atados aos próceres mais maquiavélicos que pudessem existir. Ainda existe e, acima de tudo, vivemos numa sociedade trabalhada- para lá do bem e do mal- pela Luta de Classes, meu caro! Salut! Niet