16/10/10

Generalizar as acções de luta

Perante o que se passa em França, não será tempo de os trabalhadores e cidadãos democratas da região portuguesa endereçarem através das suas organizações — já existentes ou criadas e a criar ad hoc — um gesto de solidariedade aos seus pares de além-Pirinéus, preparando ao mesmo tempo o terreno para a próxima greve geral e solicitando para ela o apoio do movimento francês e dos trabalhadores europeus em geral?
Sem subestimar as responsabilidades dos governantes de Lisboa, é preciso, com efeito, compreender que só ao nível da UE é possível fazer recuar decisivamente as políticas oligárquicas gémeas de Sócrates e Sarkozy e combater com êxito as condições em que assenta a força antidemocrática da ordem económica e financeira que governa a Europa. A generalização - à escala europeia, para começar - das acções de luta é  uma condição necessária, ao mesmo tempo que deve ser um dos seus objectivos fundamentais,  de qualquer perspectiva de sucesso efectivo da próxima greve geral.

Los franceses han vuelto a echarse a las calles para protestar contra la reforma del Gobierno de Sarkozy al sistema de pensiones y logran afectar a un sector importante de las comunicaciones en el país galo. Estos hechos se producen a modo de antesala de la octava huelga general que tendrá lugar el próximo martes.
Después de cuatro días consecutivos de paros, el bloqueo de las refinerías francesas continúa y la consecuencia de la disminución en el suministro de combustible ha sido la reducción de ciertos servicios de ferrocarril y la cancelación de vuelos.
Las doce refinerías del país fueron bloqueadas ayer y los sindicatos tenían previsto mantenerlas cerradas hoy, cuando está convocada una nueva jornada de manifestaciones en las calles de diferentes ciudades del país, la novena convocatoria de estas características desde marzo pasado.
(…)
El Gobierno está decidido a seguir adelante con la reforma, alegando que es la única manera de reducir un creciente déficit de 32.000 millones de euros anuales que alcanzará los 50.000 millones de euros en el 2020.
Según datos del Ejecutivo galo, 825.000 personas salieron a las calles en diferentes ciudades del país, lo que supondría el número más bajo desde septiembre pasado. Sin embargo, la cifra de los organizadores de las marchas es bien distinta: los sindicatos estiman que tres millones de franceses han vuelto a salir a la calle para protestar contra el 'tijeretazo de Sarkozy..
(…)
La jornada de protesta de hoy, a tres días de una nueva convocatoria de huelga general, tenía por objetivo permitir que se manifestaran las familias y a los trabajadores que no pueden hacerlo en días laborables.
(…)
Los sindicatos esperan tener hoy una gran respuesta a su llamamiento a las movilizaciones contra el retraso de la edad mínima de jubilación de 60 a 62 años y de 65 a 67 para cobrar el total de la pensión.
Para ello cuentan con el aporte decisivo de los estudiantes, que desde las manifestaciones del pasado martes han continuado con sus protestas, cerrado institutos y con concentraciones en diferentes ciudades.
(…)
Mientras, decenas de estudiantes han sido arrestados en todo el país y varios policías resultaron heridos.
En otra señal de la creciente fuerza que gana la postura de evitar el aumento de la edad de jubilación de 60 a 62 años, los conductores de camiones (los pesos pesados de las protestas en Francia debido a su capacidad para cerrar los caminos) también han atendido el llamamiento para sumarse a la acción.
Maxime Dumont, líder de la sección de camiones del sindicato CFDT, señaló que los conductores podrían bloquear los depósitos de combustible, las refinerías y las bodegas de alimentos, cerrar los caminos o conducir lentamente por ellos.
"En el sector de transportes nosotros podemos hacer un poco más para ayudar a los trabajadores. Nos vamos a sumar al movimiento para que el Gobierno ceda", anunció Dumont.

7 comentários:

Niet disse...

MS.Pereira:A maior central sindical francesa,CGT, de minoritária coloração " comunista ",helàs, dá sinais de " razoabilidade " e "atentismo " face à reacção final a ser assumida pelo Governo na discussão, no dia 20, no Senado, do projecto de reforma das Reformas. O secretário-geral da CGT, Bernard Thibault, martela mesmo os seus objectivos: " não parar a actividade económica " e esperar por " mais discussões" com o Governo...Só os sindicatos ultra-minoritários da Post, "controlados" pelo NPA, trotskistas de Krivine e Besancenot, Novo Partido Anticapitalista, ex. Liga Comunista Revolucionária, se mantêm activos, despertos e nos boicotes. O Le Monde assinalava, há instantes, que as greves reconduzidas só se verificam nas Refinarias. Há pouco, o porta-voz do Governo, Luc Chatel, em directo no JT da Noite da France-2, iludiu a questão sobre a eventualidade dos CRS, polícia de choque militarizada, invadirem os piquetes de greve postados nas entradas das refinarias. Na Place de la Nátion, Paris, não se verificaram escaramuças de vulto no final do desfile das centrais sindicais, a que se agregaram os partidos clássicos da Oposição. A " mouvance " anarco-sindicalista evitou mostrar as suas garras...Hipóteses de Coordenação Europeia das Lutas? Era bom que tal se venha a verificar. Mas o desenlace da situação em França vai pesar de forma fundamental nessa perspectiva de lutas continentais...Por agora, todos os sindicalistas guardam silêncio!Salut!Niet

Miguel Serras Pereira disse...

Niet, o mais importante, com efeito, seria avançar no sentido de formas de coordenação europeia das lutas - para me servir dos teus termos. A reorganização dos trabalhadores e das condições da sua acção democrática, bem como a formação de movimentos de cidadãos alargados para além das fornteiras sindicais estabelecidas, não pode ignorar a necessidade e urgência dessa coordenação. É um ponto em que nunca será de mais insistir. Entra pelos olhos dentro.
Salut!

msp

Niet disse...

MS.Pereira, meu caro: O governo francês tem agido " com " moderação...Apesar do tiro policial da flash-ball ter tirado a vista a um liceal...De qualquer maneira, o que parece imprevisível será a reacção popular a uma massiça e intempestiva intervenção dos CRS contra os piquetes de greve junto das Refinarias. Há a hipótese do rastilho, portanto, apesar do histórico e anedótico " perfil de contenção " assumido pela CGT. Niet

Anónimo disse...

Da região portuguesa?

B.P.

Joana Lopes disse...

Miguel,
De acordo com o conteúdo e oportunidade do teu post, como poderás ver pelo que publiquei há pouco no Brumas (antes de ler este teu que, não sei como, me tinha escapado...)

Niet disse...

Flash! A miragem estatista e a perversa colaboração de classes reformista e sistémica parecem estar a desvanecer-se. Prova: os blogues anarquistas e conselhistas franceses desconhecem a onda de greves laborais!Liberté et égalité. Niet

Niet disse...

Breaking News- Sarkozy pode ganhar batalha da reforma das Reformas, segundo apurei junto de um amigo francês, politológo na EHESS de Paris. A CGT " opõe-se ", por princípio, a todo o tipo de greves reconduziveis, por um lado.Por outro, o protocolo da reforma para os maquinistas e condutores do Métro, SNCF e RATP só começará a ser aplicado em 2017, o que dá margem de manobra aos sindicalistas do sector, e faz com que diminuam de dia para dia os aderentes às greves no sistema de Transportes. Niet