11/10/10

Hoje, no Maria Matos, Michael Hardt e o comum do comunismo

Hoje, segunda-feira, pelas 18h30, ali para os lados do Teatro Maria Matos, haverá uma conversa com Michael Hardt. Entre outras coisas, em torno de ideias como estas, que aqui cito, do final de um seu artigo recente: "Procurei desenvolver duas hipóteses essenciais neste ensaio. A primeira é uma defesa da crítica da economia política ou, antes, a reivindicação de que qualquer projecto comunista deve começar por aí.

Semelhante análise funciona bem nas nossas periodizações e revela as novidades do nosso momento actual ao conduzir uma investigação não apenas da composição do capital, mas também da composição de classe – colocando, por outras palavras, a questão de saber de que forma as pessoas produzem, o que produzem e em que condições, tanto dentro como fora dos locais de trabalho, tanto dentro como fora das relações de trabalho assalariado. E tudo isto revela, insisto, a crescente centralidade do comum.

O segundo ponto estende a crítica da economia política à crítica da propriedade. E, especificamente, o

comunismo é definido não apenas pela abolição da propriedade, mas também pela afirmação do comum – a afirmação da produção biopolítica aberta e autónoma, a permanente criação autogovernada de nova humanidade. Em termos mais sintéticos, o comum representa para o comunismo aquilo que a propriedade privada representa para o capitalismo e que a propriedade estatal representa para o socialismo. A combinação das minhas duas hipóteses – que a produção capitalista depende de forma crescente do comum e que a autonomia do comum é a essência do comunismo – indica que as condições e as armas do projecto comunista estão hoje mais presentes do que nunca. Cabe‐nos agora a tarefa de o organizar."

1 comentários:

maria disse...

acho que não vai dar certo , isso do comum. se for a casa privada de diferentes pessoas vai ver que elas cuidam diferentemente do que é delas : umas têm tudo arrumadinho e limpinho , outras parecerá uma espelunca , outras come ci come ça ; umas fazem limpeza semanal , outras mensal , outras nem fazem , cada uma terá o seu tempo. e sentem-se bem assim , de diferentes maneiras e com diferentes ritmos. capisce?