Albano Nunes, altíssimo dirigente do PCP, no “Avante”:
A luta de classes existe e o contrário é que seria de surpreender. Mas porquê tanto destempero e tanto ódio vomitado contra o PCP a pretexto da opinião expressa em comunicado do Gabinete de Imprensa sobre o significado político da atribuição do Prémio Nobel da Paz a Liu Xiaobo? Porquê tal manobra de diversão e tão sórdida campanha de denegrimento do PCP? A explicação é evidente: pela sua intervenção no plano político e social o PCP é o grande obstáculo à política de direita, a grande força que combate o fatalismo e o conformismo.
Quanto ao motivo invocado para a campanha é bem conhecido que o PCP é um partido de uma só cara e que prefere perder votos dizendo a verdade a ganhá-los escondendo-a. E a verdade é que a atribuição deste Prémio Nobel é realmente «inseparável das pressões económicas e políticas» sobre a República Popular da China, e a opinião do PCP é a de que essa escolha não tem nada de inocente, antes se insere numa escalada de pressões contra este país que, pense-se o que se pensar sobre a sua política interna e externa, está a resolver colossais problemas de desenvolvimento económico, social e cultural e desempenha um papel crescente positivo na cena internacional.
Uma tal escalada, que só não vê quem não quer, não pode deixar de causar grande preocupação, tendo em conta o quadro de crise profunda do capitalismo, de agudização das contradições entre grandes potências, de corrida aos armamentos, de multiplicação de focos de tensão e de guerra. Se realmente se quer a Paz a tarefa é trabalhar para o desarmamento em lugar de reforçar a NATO e outros blocos militares agressivos, efectuar manobras militares nas fronteiras marítimas da China, armar Taiwan, fomentar o separatismo no Tibete e outras regiões deste imenso país multinacional. E é óbvio que não vão no sentido da Paz pressões como as que têm sido exercidas sobre a China para que escancare às multinacionais o seu mercado interno, valorize a sua moeda, aceite normas ambientais que considere incompatíveis com o seu desenvolvimento, limite as suas relações internacionais.
(publicado também aqui)
A luta de classes existe e o contrário é que seria de surpreender. Mas porquê tanto destempero e tanto ódio vomitado contra o PCP a pretexto da opinião expressa em comunicado do Gabinete de Imprensa sobre o significado político da atribuição do Prémio Nobel da Paz a Liu Xiaobo? Porquê tal manobra de diversão e tão sórdida campanha de denegrimento do PCP? A explicação é evidente: pela sua intervenção no plano político e social o PCP é o grande obstáculo à política de direita, a grande força que combate o fatalismo e o conformismo.
Quanto ao motivo invocado para a campanha é bem conhecido que o PCP é um partido de uma só cara e que prefere perder votos dizendo a verdade a ganhá-los escondendo-a. E a verdade é que a atribuição deste Prémio Nobel é realmente «inseparável das pressões económicas e políticas» sobre a República Popular da China, e a opinião do PCP é a de que essa escolha não tem nada de inocente, antes se insere numa escalada de pressões contra este país que, pense-se o que se pensar sobre a sua política interna e externa, está a resolver colossais problemas de desenvolvimento económico, social e cultural e desempenha um papel crescente positivo na cena internacional.
Uma tal escalada, que só não vê quem não quer, não pode deixar de causar grande preocupação, tendo em conta o quadro de crise profunda do capitalismo, de agudização das contradições entre grandes potências, de corrida aos armamentos, de multiplicação de focos de tensão e de guerra. Se realmente se quer a Paz a tarefa é trabalhar para o desarmamento em lugar de reforçar a NATO e outros blocos militares agressivos, efectuar manobras militares nas fronteiras marítimas da China, armar Taiwan, fomentar o separatismo no Tibete e outras regiões deste imenso país multinacional. E é óbvio que não vão no sentido da Paz pressões como as que têm sido exercidas sobre a China para que escancare às multinacionais o seu mercado interno, valorize a sua moeda, aceite normas ambientais que considere incompatíveis com o seu desenvolvimento, limite as suas relações internacionais.
(publicado também aqui)
7 comentários:
Essa do "resolver colossais problemas de desenvolvimento económico" faz lembrar o que se dizia da Itália de Mussolini: "os comboios até andam a horas!"
Grotesco e lamentável.
Por mim, caro João, estou em crer que seria difícil a qualquer inimigo ou grupo de inimigos do PCP orquestrar uma campanha destinada a denegri-lo cujos efeitos conseguissem fazer mais estragos do que este exercício de auto-difamação do cérebro deste farol radioso, que, com pouco esforço, poderíamos demonstrar que é "objectivamente" divisionista e desmobilizador da luta dos trabalhadores e democratas nas vésperas da greve geral.
Mas. claro, não me admira que, dentro de momentos, surjam aqui comentários a denunciar como ferozmente "anticomunista" esta tua simples citação de tão eloquentes palavras.
Abrç
miguel (sp)
Caro LRainha, há uns meses ficou de partilhar as suas percepções sobre Cuba... Que tal fazer uma série de posts sobre o assunto?
Sim Miguel (SP), para a matilha brejnev saltar, o pior (ou o melhor...) que lhe podes fazer é transcrever o "Avante". Eles conhecem a insanidade sectária e aventureira da linguagem de ódio que usam no íntimo e na intimidade (que tapam sobre política interna e destapam nas "relações internacionais"). E por isso sabem que se for exposta, tornada pública, não há mais poderoso veneno anticomunista. Não é preciso comentar nem criticar, basta transcrever o "Avante", o mais poderoso jornal anticomunista editado entre nós.
Excelente texto. Vale a pena completá-lo aqui com os parágrafos que faltam.
No início, antes do texto transcrito:
«O anti comunismo é intrínseco ao capitalismo. Uma força que se propõe pôr fim à exploração do homem pelo homem, acabar com o poder e os privilégios da classe dominante, não pode contar com a neutralidade do Capital. Não são por isso de surpreender os silenciamentos, as discriminações, as deformações e ataques de que o PCP é alvo constante na comunicação social. Não nos cansaremos de lutar contra tais práticas antidemocráticas, exercendo e exigindo o cumprimento dos direitos que a Constituição consagra.
Mas somos realistas. (...)»
No final, a seguir ao texto transcrito:
«A quem realmente lute pela Paz não pode deixar de inquietar o tom cada vez mais arrogante e ameaçador com que o imperialismo se dirige aos países que não se vergam ao seu dictat. E a China não é excepção. Ela seria mesmo responsável por problemas planetários que vão de um esgotamento próximo das reservas de hidrocarbonetos a uma eminente catástrofe climática, ou mesmo pela desindustrialização dos EUA, o seu enorme desemprego, a sua colossal dívida externa. Artigos como «A China como problema»( Vital Moreira, Público, 12.10.10, que cinicamente reconhece as «exigências da UE» e as «pressões dos EUA») ou «O que é necessário exigir de Pequim» (Martin Wolf, Financial Times / Le Monde, 12.10.10) são a este respeito significativos.
É esta a verdade em que a instrumentalização do Nobel se inscreve, verdade que não pode nem deve ser ocultada. Nem subestimada pois encerra grandes perigos para a Paz. É bom que o imperialismo não esqueça que depois de muitos anos de humilhação nacional, o povo chinês fez uma grande revolução libertadora e que não é mais possível o regresso aos tempos em que no jardim principal de Xangai e muitos outros locais havia tabuletas que diziam: «proibida a entrada a cães e a chineses».»
Ups parece que faltavam uns bocadinhos, ou não contam ?????
À parte da inusitada defesa de uma sociedade capitalista por um partido comunista de linha dura, há ou não neste blogue quem considere que existem dezenas e dezenas de exemplos de malta mais empenhada na "Paz Mundial" que este rapagão.
É, pelo menos, que eu conheça, a China das flagrantes desigualdades sociais, do arbitrariedade ecologica e da repressão das liberdades individuais, não está envolvido em nenhum conflito militar externo, suportando mesmo com inaudita calma - para um Império, lá está - as ciclicas festividades nauticas organizadas por Taiwan...
Para os caçadores de cripto-estalinistas ,tão abundantes por aqui, fique registado que não há qualquer ironia nas minhas palavras e a minha saída do PCP, há uns anitos, deveu-se essencialmente ao paragrafo hilariante que, congresso após congresso, falava da China e da Coreia do Norte, como «paises empenhados na construçao do socialismo» ou lá o que era...
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