20/10/10

O menino Raposo tem amigos novos

Henrique Raposo vem demonstrar de novo que não faz a menor ideia do que seja mesmo o multiculturalismo, o cosmopolitismo ou o mundo em que vivemos. Ele acha que aceitar que «um estrangeiro tem os mesmos direitos e os mesmos deveres de um nacional» é património de umas ditas «bases do direito cosmopolita» – como se alguém no seu perfeito juízo defendesse leis à medida de cada tradição particularista. Ele desconhece o que foi o assimilacionismo em França e quais os seus lindos resultados. Ele ignora que um país que ele nomeia como fonte deste mal – o Reino Unido – integra ele mesmo várias culturas e nações que tem obrigatoriamente de respeitar. O bom Raposo comunga até com um transcendente «ADN do Ocidente», conhecendo-lhe o genoma de trás para a frente. Este sábio prodigioso linka textos seus que por sua vez linkam outras obras raposianas – sem deixar de, pelo meio, inventar algo tão delicioso como os «miranetes», a propósito de uma «palavra, vá, tão gozável» (deve passar a noite a sonhar com miretes, presumo).
Nada de novo em mais uma espampanante demonstração de tontice. Giro é ver que há quem recomende a leitura de tais dislates, mesmo fora da ala psiquiátrica onde o Raposo por norma se passeia.

1 comentários:

Anónimo disse...

Um argumento absurdo!! A esquerda tornou-se reaccionária porque defende as comunidades, diz ele. Uma mente brilhante, este rapaz. Não lhe ocorre sequer a possibilidade de existirem diversas concepções de comunidade. Eu tinha por hábito ler o Expresso. Já deixei de o fazer. Não há um único bom jornal em Portugal.