26/10/10

O susto contra-revolucionário com uma porrada de anos de retroactividade

Ou o sindroma Herbon:



(publicado também aqui)

3 comentários:

Pedro Viana disse...

É penoso ver alguém, como o Rui Hebron, que provavelmente se considera de Esquerda, repetir todos os chavões da Direita, seja na variante neo-liberal ("já têm sorte se puderem reformar-se antes de cair mortos") ou conservadora ("nenhum protesto pode por em causa a Ordem"). E efectivamente mente, não sei se por desconhecimento ou não, quando afirma: "A França está a debater chegar à idade de reforma aos 62 anos, ou seja, cortar em dois anos o enorme privilégio que os trabalhadores franceses tiveram, reformando-se durante décadas muito antes que o resto dos seus colegas europeus." Porque os 62 anos, antes 60 anos, dizem respeito à idade minima de reforma (com penalizações, apenas aos 67 anos, antes 65, é que é possível a reforma por completo), e em muitos países europeus era e ainda é possível pedir a reforma antecipada, com penalizações, bem antes dos 65 anos, inclusivé em Portugal.

Miguel Serras Pereira disse...

Caro camarada João Tunes,

retomo aqui o comentário que deixei na caixa dos mesmos do post que citas:

"Oxalá os cidadãoss franceses conseguissem manter nos 60 anos a idade da reforma e essa vitória inspirasse a luta pela conquista do mesmo direito pelos cidadãos do conjunto da UE (para começar).
Quanto à conservação do Estado-Providência, diria o seguinte: não é por falta de riqueza, de produtividade, de meios ou recursos globais, os quais, crescendo mais depressa ou mais devagar, nunca foram, apesar de tudo, tão grandes, que assistimos à inversão da tendência para a redução do tempo de trabalho, ao aprofundamento das desigualdades, à precarização generalizada, à corrosão dos direitos e liberdades. O problema é de regime social e político e o modelo do Estado-Providência, na interpretação que dele este post faz ou noutras, não é sagrado (e, menos ainda, para os que o minam a pretexto de o salvar, que o amputam e ameaçam de inanição a pretexto de o flexibilizar). Pelo que, se não é capaz de responder às aspirações realistas dos cidadãos, talvez o melhor seja que estes se organizem para o substituir por formas mais democráticas por que passem a governar-se, dispensando as oligarquias políticas e financeiras do encargo, tão dispendioso para os governados, de o fazerem em vez deles".

Solidário abraço

miguel (sp)

Joana Lopes disse...

Eu ainda comecei a escrever um postcontra o do RH, mas achei depois que o mais apropriado era apoiar a proposta que o Miguel Cardina fez, no Facebook, para que fosse considerado «O idiota do mês» de Outubro.
O humor é mais eficaz que muitas palavras, neste caso. Penso eu de que...