Mal agradecidos, é o que somos. Tanta manifestação, tanto protesto... e afinal só reclamamos contra quem passa noites a queimar pestanas, desbravando novos caminhos para a nossa felicidade. O múnus governativo, visto pelo prisma certo, é um compêndio de atenções, benfeitorias, pequenas caridades quotidianas.
Antes de tudo o mais, o bem primordial, a Saúde. Pela primeira vez em muitos anos, andamos a gastar menos em comida – com menos proteína e menos gorduras caras, erradicaremos num instante as maleitas com raiz nos nossos péssimos hábitos alimentares.
E depois do aumento das taxas moderadoras os hospitais vão andar às moscas, evidente sinal da saúde de ferro de todo um povo.
O fomento dos desportos olímpicos surge como outra iniciativa salutar. A instalação de carreiras de tiro ao alvo nas ex-Scut é uma medida descentralizada a aplaudir. Os aumentos dos transportes chegam com o mesmo desiderato: pôr a populaça a andar a pé, para longe do sedentarismo.
Bens intangíveis, como os valores familiares, são igualmente acarinhados. Graças a uma sábia política de amputação de subsídios, prazeres egoístas da laia do teatro ou da dança tenderão a sumir-se, levando à saudável fruição do tempo livre em casa, no seio da Família.
E o incentivo ao enriquecimento cultural que só as viagens proporcionam? Vejam os números da emigração e descubram como tantos jovens têm sido encorajados a rasgar horizontes. Não tarda, seremos de novo a inveja do mundo!
O governo ama-vos.
Tratem agora de retribuir.
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