22/03/12

Sobre a racionalidade democrática da greve

Manuel Castro no artigo 58:

Porque é que se faz greve, perguntaram-me ontem várias vezes e bem.

Greve faz-se para mim, por uma simples razão: as massas perceberem que são elas que fazem o país funcionar. Quando paramos todos o País pára e essa é a ideia que alimenta a consciência de que na realidade somos nós que escolhemos o nosso caminho.


Não é a Troika, não é o Passos nem o Aníbal, ou o Relvas e o Seguro, somos nós. Se paramos mostramos aos que ainda não acreditam que é imaginária a corrente que nos prende à miséria e a uma vida sem dignidade. Se paramos hoje, amanhã mais vão dizer para consigo: "Mas porra se eu faço a diferença porque é que continuo vergado a isto?"

1 comentários:

joão viegas disse...

Ola,

Vi em varios blogues (no Jugular, por exemplo) comentarios que me parecem implicar uma certa incerteza nesta matéria essencial.

A greve é uma cessação concertada de trabalho decidida pelos trabalhadores como forma de pugnar por reivindicações do trabalho contra os abusos do poder patronal.

Tratando-se de uma liberdade, e mesmo de uma liberdade fundamental, é perfeitamente normal, e admitido, que não deve existir controlo policial ou administrativo sobre a legitimidade dos motivos da greve, ou tão pouco sobre a idoneidade das suas finalidades (apesar de também ser pacifico que o exercicio da greve não legitima restrições às liberdades dos outros cidadãos, mormente dos trabalhadores que decidem não fazer greve).

Estamos portanto entegues ao bom senso, e muito bem.

Este entende que uma greve pode ter objectivos politicos, desde que esses estejam ligados a reinvindicações das forças do trabalho. Senão, passamos a falar de outra coisa, que não uma greve.

Em resumo : Cessação de trabalho, concertada, com vista a pugnar por reivindicações dos trabalhadores, contra abusos da entidade patronal.

Julgo que cada um destes elementos conta.

Repare-se, por favor, no significado juridico da palavra reivindicação.

Boas