17/05/12

Lição de grego (8)

Durão Barroso sugere a transformação das eleições gregas num pleibiscito ou referendo sobre o euro. A ideia é substituir a uma escolha entre políticas alternativas a consagração do euro, que, por si só, define a política a seguir e torna, em rigor, dispensáveis as eleições. Mas, na realidade, uma coisa é a moeda única e outra as questões que se levantam a propósito dos programas de governo, das formas institucionais, do regime político e económico da UE.  E é só em função deste conjunto de questões que a questão do euro se pode levantar razoavelmente. Dizer, como o faz Durão Barroso, que a questão é o euro é tentar levantar uma cortina de fumo sobre a grande questão política imediata, que, essa sim, deve ser objecto de deliberação e decisão, tanto por parte dos gregos como de todos os cidadãos da UE: refiro-me, evidentemente, ao pacto austeritário que Durão Barroso e os interesses oligárquicos, de que ele se faz porta-voz e intérprete, pretendem, na Grécia como em toda a UE, impor como novo pacto social.

1 comentários:

Joachim disse...

Durão Barroso
Português, aldrabão, 56 anos de idade.