29/05/12

O caso Relvas, o PS e o PR: "postura responsável" e "moderação" ou temor e cumplicidade?

Tudo indica que têm razão Francisco da Silva (no artigo 58) e JM Correia Pinto (no seu Politeia) quando explicam que Passos Coelho ou Gaspar, e, no fundo, o actual ministério, é para evitarem a sua própria queda que não deixam cair Relvas, apesar de ser óbvio que a sua presença no governo implicará doravante a sujeiçãodo mesmo ao seu veto ou beneplácito — em última instância e em instâncias últimas.

Mas o mais interessante e, tanto quanto sei, menos notado é o elogio que Morais Sarmento, ex-ministro e advogado de Jorge Silva Carvalho, faz da "postura responsável" do PS, que se absteve — sem dúvida com a costumada violência — de reclamar a demissão de Miguel Relvas. Com efeito, a moderação com que tanto o PS como Cavaco Silva — ao contrário de figuras destacadas do PSD, como Pinto Balsemão, ou António Capucho — se têm pronunciado sobre um caso sobre o qual, à primeira vista, só teriam interesse em assumir a obrigação de intervir, leva a pensar que também os dirigentes do PS e o PR receiam poder ver-se seriamente atingidos pelos efeitos em cadeia do terramoto que seria a queda de Relvas.

Ora, se, como escreve Francisco da Silva, a perspectiva da queda de Relvas é um "risco sistémico"para o actual governo, mas também, como aqui se sugere, para o conjunto do establishment e do "pacto de regime" em que aquele assenta, resta-nos concluir que, do ponto de vista da cidadania democrática, exigir a queda de Relvas é, além de um dever elementar, uma oportunidade que seria irresponsável deixar escapar.

2 comentários:

Libertário disse...

Não há nada de espantoso na «moderação» do PS pois a camarilha dos serviços de informação já vem do tempo dos seus governos e um dos conhecidos «controladores» do sistema de informações - que nada controla - é um srº ex-capitão de Abril, que foi deputado do PS, que entre outras coisas conseguiu ser promovido na sua carreira militar sem jamais ter voltado à vida militar e ainda conseguiu como bónus se tornar no fim da vida «deficiente das Forças Armadas»...
Seria chover no molhado dizer que o sistema político mafioso montado em Portugal após 1976 envolve PS - PSD - CDS, grandes empresas e os diversos aparelhos do Estado incluindo, como é óbvio, o sistema de informações.

Anónimo disse...

Relvas entalado?è para rir,foi uma brincadeira montada pela comunicação social alimentada por fantasistas deputados tipo oliveira do pcp que em cada frase perguntava e acusava sem provas.
RIDÍCULO TOTAL!