15/07/12

Derrotado




Uma demonstração cabal da força da união, do sindicalismo participado, da resiliência colectiva perante quem pretende desmantelar o Serviço Nacional de Saúde com o intuito de servir os interesses dos seus Donos. Quando a traição e a cobardia são residuais, a greve continua ser uma arma incrivelmente poderosa.

6 comentários:

Anónimo disse...

Que derrota depois dos sindicatos reunirem voltou a dizer o mesmo mas agora numa declaração conjunta.

Joana Lopes disse...

Derrotado? Tens a certeza? E da «bondade» da união dos médicos também? Balhamedeus...

Pedro Viana disse...

Olhe que não. olhe que não... Aceitou tudo os que os sindicatos exigiam. Tudo. Desde o fim (gradual) das contratações à hora, à abertura de milhares de novos lugares no SNS, passando pela revisão das carreiras médias, e acabando no estrito calendário imposto pelos sindicatos: as negociações acabam a 31 de Agosto. Aceitou e calou. Os sindicatos deixaram-no entrar na fotografia (aka comunicado) para salvar a face.

Pedro Viana disse...

Cara Joana, só agora vi o seu comentário. O meu comentário anterior, apesar de aparecer posterior ao seu, foi escrito sem o ter antes lido. De qualquer modo, responde à parte do derrotado. Sim, foi. Cedeu em tudo. Claro que nas próximas reuniões com os sindicatos vai começar a tentar pedalar para trás. Mas estes estarão atentos, e com força suficiente para obrigá-lo a manter o que prometeu.

Não compreendo o comentário sobre a "bondade" da união dos médicos. Até porque, se é a Joana Lopes do Brumas, publicou um post com um video de um colectivo de médicos em apoio das reinvidicações apresentadas. Claro que os sindicatos dos médicos estão a lutar pelos seus interesses. Que até poderiam colidir com o interesse público. Mas, pelo que sei tal não parece que esteja a acontecer neste caso. Uma das principais reinvidicações dos sindicatos - acabar com a contratação à hora - é claramentre benéfica para a qualidade do SNS.

De qualquer modo, o objectivo principal do post era chamar a atenção para o poder da união daqueles que trabalham e da sua capacidade de fazer greve, nestes dias em que as vitórias daqueles que resistem à vaga neoliberal são escassas.

Joana Lopes disse...

Pedro, será preciso que uma greve seja muito «suspeita» para que eu não a apoie. Nem sequer foi o caso com a dos médicos e ainda bem que a adesão foi tão grande.
A minha reacção ao «post» tem duas razões:
1- A greve correu mal ao ministro, que menosprezou o que o esperava, mas ele é talvez um dos elementos mais fortes deste governo e «vingar-se-á». Perdeu uma batalha, não a guerra. A ver vamos.

2- Os médicos aproveitaram a causa justa da não contratação nas condições pré-anunciadas para defenderem os seus interesses. E apressaram-se, imediatamente, a recusar a hipótese de uma próxima greve conjunta com os enfermeiros. Porquê?

Pedro Viana disse...

Joana, não tenho ilusões sobre "os médicos". Não são propriamente conhecidos pela sua solidariedade para com outros trabalhadores, nomeadamente para com os enfermeiros (apesar de ter sido o SIM a negar tal hipótese, não a FNAM, ligada à CGTP). Não são quem tipicamente faz greve em dia de greve geral. Estão a lutar pelos seus interesses. Que, no presente, como antes afirmei, me parecem coincidir com o interesse público e a defesa do SNS. Quanto ao Paulo Macedo, espero bem que tente "vingar-se". Vai-se queimar, e com ele o governo. Seria muito "interessante" que se tornasse numa Maria de Lurdes Rodrigues II. Já há quem vaticine que os médicos terão o mesmo papel relativamente a este governo que os professores tiveram na queda de Sócrates.