10/08/10

O não-idiota útil

Ricardo Costa embarcou na cruzada dos acólitos de Sócrates, esquecendo momentaneamente os pedidos de respeito pelo curso normal da Justiça e saltando directamente para a sentença: «Se ao fim de seis anos eu dissesse ao meu patrão que não tinha tido tempo para fazer perguntas a uma pessoa que me passa todos os dias à frente era despedido.» Esta semana, enquanto o jornal de que é sub-director noticiava isto, lá voltou a martelar a tecla da mentira dos anos e anos que estes procuradores desperdiçaram. «Eu adorava trabalhar assim. Sem ter contratos para cumprir, prazos a seguir», segue o escarro.
Claro que as semelhanças com a histeria do deputado Galamba são evidentes. E não acidentais, por certo.
Que a blogosfera propague estas fantasias obviamente instrumentais é o menos; andam por cá umas escassas centenas que até julgam que já sabem tudo, portanto o dano é mínimo. Agora que este jornalista, que nem é tonto (embora seja bastante menos inteligente do que julga), se preste a este manhoso papel... não será sem ter um fim muito preciso em vista. É pena é que falte ao Expresso a lucidez para evitar a participação na farsa.

4 comentários:

Justiniano disse...

Rainha!! O Ricardo Costa, aquela espécie de Teresa Guilherme da informação!!!?? Francamente!! Àquele basta-lhe um a e aí vai ele! Qualquer dia tens um programa de entrevistas do Ricardo Costa ao Ricardo Costa!! Tudo o que for abaixo de tonto é favor!!

Luis Rainha disse...

Olha que anda aí bem pior: o Crespo, por mero exemplo.

Justiniano disse...

Isso não faz do R. Costa um indivíduo mais avisado!!
Olha que o Crespo tem, pelo menos, o ar da dúvida quando questiona alguém!!

Anónimo disse...

Também assisti àquele muitíssimo infeliz momento (se fosse realmente um momento, ainda era como o outro) do Ricardo Costa.

Como complemento, só quero acrescentar que, por detrás de tudo o que ele disse daquele género, está uma total insensibilidade para perceber que o trabalho de investigação ou de procuradores não pode ser comparado às tarefas de Ricardo Costa quer por constrangimentos próprios do Direito quer muitas vezes da dependência da acção ou resposta de terceiros.

Benevola mas propositadamente, prefiro dizer que é uma coisa para esquecer.