Ontem, dei por mim a procurar um certo artigo científico no Google Scholar. Não será a ferramenta perfeita, não será sequer tão útil como a b-on; mas já me deu muito jeito. De qualquer forma, lembrei-me a páginas tantas de tentar encontrar através desta plataforma rasto de algumas personagens deste nosso mundinho blogosférico. E descobrir as coisas sérias e trabalhosas com que esta malta ganha a vida no mundo real.
É fácil imaginar o simpático mas coriáceo Filipe Moura a impressionar colegas por todo o mundo com as suas ideias sobre buracos negros e teoria da corda heterótica. A militantemente anti-clerical Palmira também deixa rastos mui sérios e elevados. Recomendo sobretudo o seu trabalho sobre as furanocromonas (whatever that may be).
Fascinante é topar o autor de um dos mais líricos estaminés da nossa blogosfera (além de ser um dos mais brilhantes e ignorados ficcionistas cá do burgo) a expandir os horizontes da imagiologia cerebral. Já o histriónico e multifacetado Carlos Vidal surge transformado numa criatura discreta, não se lobrigando grandes ecos da sua obra. Aqui da casa, investiguei o Miguel Cardina; descobri que este camarada de blogue consegue escrever artigos de títulos entendíveis e até há quem o cite.
Passando para o lado dos adversários, constatei que o João Galamba ainda não teve tempo para publicar as suas originalíssimas ideias sobre Marx e a luta de classes. E que andará o João Miranda a tramar pelo reino da microbiologia? Não sei bem; mas espero que nesse reino trate os factos e os números com uma dose acrescida de esmero.
E muito mais haveria para espiolhar. Não faltam encéfalos distintos e produtivos por esses blogues afora. Mas que os nossos leitores soterrados na massa dos hoi polloi não desanimem: nos dias que correm, qualquer postezito corre riscos de se ver citado no mundo académico...
02/10/10
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6 comentários:
Essas investigações não são para ti. Bastou colocar Carlos Vidasl e "Vanguardas" ou "arte" e apanhei uma data de coisas. Para a próxima consegues fazer isso melhor.
Carlos Vidal, claro
Nuno,
Trata-se apenas de uma brincadeira; não precisas de levar a coisa tão a peito. De qualquer forma, nem tens razão: pelo menos com a palavra "arte" acrescentada à pesquisa. Tens meia-dúzia de citações propriamente ditas. Com "vanguarda", 1.
O resto são menções em resumos bibliográficos da Compludoc, na editora do Carlos e acerca de exposições passadas. Citações em trabalhos académicos são 3 ou 4. O que, dada a nossa academia, não é desprimor para ninguém.
Mas se pegares, por exemplo, no Filipe, já vês outro panorama...
Olha: mais uma vez: who cares?
Para a próxima, consegues verificar os hits em vez de apenas os contares.
Tenta este pá, é da Fundação do dr Vilar. E sempre são mais de 100 títulos. Ficas a conhecer umas coisas. Busca, busca:
http://www.biblartepac.gulbenkian.pt/ipac20/ipac.jsp?session=12860396OQ69P.51676&menu=search&aspect=basic_search&npp=20&ipp=20&spp=20&profile=ba&ri=&index=.GW&term=Carlos+Vidal&aspect=basic_search&x=6&y=5#focus
Estamos a desconversar a propósito de nada: bases bibliográficas, sejam a Compudoc ou esta, são uma coisa. Citações de terceiros são outra.
Eu não mencionei o volume da produção de ninguém (nem imagino que interesse isso pudesse ter, a não ser para a indústria do papel) mas sim o número de citações que ela suscita noutros autores.
E mesmo assim esse território é movediço: faz sempre falta saber se as citações a um dado trabalho são da mesma escola, se o autor está inserido numa "rede" de citações mútuas, etc.
Pela 3ª ou 4ª vez: trata-se de matéria de reduzido relevo. Se até um post meu de meia-dúzia de linhas mereceu uma citação algures... estamos conversados.
Já agora, aqui está ele: http://bde.weblog.com.pt/arquivo/139708.html
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