Vai ser interessante saber-se qual o efeito sobre a população berlinense da exposição hoje iniciada sobre Hitler instalada no Museu Histórico Alemão em Berlim. Exibindo muita da simbologia nazi, a exposição pretende colocar aos visitantes a interrogação sobre como foi possível que o monstro nazi tivesse alcançado uma adesão e um empenho como aquele que obteve em praticamente toda a sociedade alemão dos anos 30 e 40 do século passado. Após 65 anos da derrota do nazi-fascismo, reduzida a peste neo-nazi a resíduos grupusculares, poder-se-á ser tentado a dizer que sim, passou tempo suficiente para a distância, tendo até um efeito terapêutico e de catarse colocar-se os alemães a olharem retroactivamente para as vergonhas do seu passado. Mas este género de se lidar com a memória comporta sempre o risco de se avivarem feridas e algumas reacções desagradadas de pessoas que foram vítimas do Holocausto ou delas descendem é um sinal de como estas iniciativas arrastam inevitavelmente a controvérsia. Um caso para acompanhar, pois.
(publicado também aqui)
15/10/10
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1 comentários:
Não se rale com o que os alemães "vão pensar, sentir" ou como "vão reagir": outra coisa não têm tido eles senão ocupação militar aliada, julgamentos, filmes, livros, monumentos, manifestações de repúdio, pagamento de indemnizações etc, etc. O melhor filme (a meu ver) sobre nazis, nazismo e Hitler feito até hoje é alemão e foi realizado por Olivier Hirschbiegel ("Der Untergang"). Eles sabem.
cumprimentos
BI
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