17/01/12

Sindicalismo à chinesa


A UGT decidiu legitimar o maior retrocesso no direito laboral de que há memória, proposto pelo governo mais reaccionário desde o 25 de Abril. Ao assinar um acordo com este governo, a UGT confirmou que é efectivamente a central sindical do regime, sempre pronta a servir o governo em funções. Tal como a única central sindical autorizada na China, a ACFTU. Aliás, se conseguirem, descubram as diferenças entre os senhores acima retratados. Afinal, "precisamos" de demonstrar aos investidores chineses, desculpem ao governo chinês, que os trabalhadores portugueses também sabem ser servis.

O colaboracionismo da UGT não legitima apenas as graves medidas que constam do acordo que vai assinar, mas também todas as outras que este governo já tomou, nomeadamente a facilitação dos despedimentos, a diminuição da duração e valor do subsídio de desemprego, e os enormes cortes salariais na função pública. A UGT justifica a sua atitude com o habitual: se não fosse assim, seria bem pior. Imaginem o que estará disposta a aceitar quando, na próxima ronda de aprofundamento do neo-feudalismo, o governo propuser, por exemplo, a possibilidade dos patrões pagarem parte do salário em senhas de racionamento.

Apelo a todos os trabalhadores inscritos em sindicatos filiados na UGT, e que tenham um pingo de consideração por si próprios, a desvincularem-se. Em particular, os funcionários públicos, completamente vendidos pela UGT, que não só põe uma pedra sobre a usurpação de parte dos seus salários, como ainda por cima troca uma medida que não os afectaria (a tal meia-hora diária a mais no sector privado) por um conjunto de outras que também os vai afectar.

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