Uma crise além-mar faz com que as torneiras do crédito se fechem sem aviso, secando o acesso das empresas nacionais a dinheiro de que necessitam como de pão para a boca. Sectores económicos inteiros vêem-se atolados num lodaçal de dívidas. Resposta do banco central e do governo? Deflacionar severamente a economia nacional. A cobrança de impostos é usada, de forma cada vez mais feroz, como ferramenta nesta política de empobrecimento voluntário, tida por todos os técnicos respeitáveis como “inevitável”. Corta-se a fundo no que parece supérfluo, começando na solidariedade social, claro. O desemprego sem controlo, a queda na pobreza mais abjecta de incontáveis famílias de classe média, a crescente agitação social... tudo contribui para a aproximação de uma catástrofe pouco antes inimaginável.
Se isto lhe parece uma recapitulação escusada do nosso calvário colectivo nestes dias de escuridão, desengane-se: trata-se sim de um resumo das condições que levaram Adolf Hitler ao poder, às cavalitas de uma onda de descontentamento, revolta e descrença na Democracia.
Há precisamente um ano, um artigo do líder do think tank Civita, publicado no inglês “Telegraph”, já fazia esta evocação, de súbito tão relevante. Agora que o governador do banco nacional da Áustria (que já antes nos alertara para o poder sem freio das agências de rating) trouxe de novo à ribalta este paralelo assustador, pode ser que alguém, de preferência em Berlim, por fim pare para pensar.
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1 comentários:
Por Sheldon Emry [Tradução minha]
Em 1930 os Estados Unidos não tinham falta de capacidade industrial, propriedades rurais férteis, trabalhadores experientes e determinados e famílias laboriosas. Tinham um amplo e eficiente sistema de transportes ferroviários, redes de estradas, e canais e rotas marítimas. As comunicações entre regiões e localidades eram as melhores do mundo, utilizando telefone, teletipo, rádio e um sistema de correios governamental perfeitamente operacional.
Nenhuma guerra destruiu as cidades do interior, nenhuma epidemia dizimou, nem nenhuma fome se aproximou do campo. Só faltava uma coisa aos Estados Unidos da América em 1930: Uma adequada disponibilidade de moeda para negociar e para o comércio.
No princípio dos anos 30 do século XX, os banqueiros, a única fonte de dinheiro novo e crédito, recusaram deliberadamente empréstimos às indústrias, às lojas e às propriedades rurais. Contudo, eram exigidos os pagamentos dos empréstimos existentes, e o dinheiro desapareceu rapidamente de circulação. As mercadorias estavam disponíveis para serem transaccionadas, os empregos à espera para serem criados, mas a falta de dinheiro paralisou a nação.
Com este simples estratagema a América foi colocada em "depressão" e os banqueiros apropriaram-se de centenas e centenas de propriedades rurais, casas e propriedades comerciais. Foi dito às pessoas, "os tempos estão difíceis" e "o dinheiro é pouco". Não compreendendo o sistema, as pessoas foram cruelmente roubadas dos seus ganhos, das suas poupanças e das suas propriedades.
A Segunda Guerra Mundial acabou com a "Depressão". Os mesmos banqueiros que no início dos anos trinta não faziam empréstimos em tempos de paz para a compra de casas, comida e roupas, de repente tinham biliões ilimitados para emprestar para aquartelamentos militares, rações de combate e uniformes.
Uma nação que em 1934 não conseguia produzir alimentos para venda, repentinamente podia produzir milhões de bombas para enviar para a Alemanha e para o Japão.
Com o súbito aumento da quantidade de dinheiro, as pessoas eram contratadas, as propriedades rurais vendiam os seus produtos, as fábricas começaram a funcionar em dois turnos, as minas foram reabertas, e "A Grande Depressão" acabou!
Alguns políticos foram considerados culpados pela depressão e outros ficaram com os méritos por ter acabado com ela. A verdade é que a falta de dinheiro causada pelos bancos trouxe a depressão, e a quantidade adequada de dinheiro acabou com ela. Nunca foi dito às pessoas a simples verdade de que os banqueiros que controlam o nosso dinheiro e crédito usaram esse controlo para saquear a América e colocá-los a todos na escravidão.
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