A chanceler alemã Angela Merkel admitiu abertamente que o programa de austeridade imposto à Grécia era necessário para dar um exemplo aos outros países da zona euro — e, na mesma reunião de democratas-cristãos do seu país, deixou também claro que era esse o ponto fundamental, e não o êxito ou o acerto das medidas ditadas como condição do resgate.
Estas palavras não só confirmam que o resgate e o momento do resgate no caso de Espanha, bem como a anunciada intervenção em Itália, obedecem à mesma lógica preventiva, mas deixam prever também que, após os resgates em cadeia, a etapa seguinte será a imposição da austeridade pelo seu valor intrínseco nos próprios países centrais da UE, com o propósito de consolidar "constitucionalmente" uma repartição do produto e um regime político que garantam um governo directo e explícito da oligarquia financeira.
Resta-nos esperar — e fazer por isso — que os cidadãos comuns dos diferentes países e regiões da Europa saibam responder e contra-atacar perante esta explícita reabertura da questão social, cujas cartas Merkel — reconheça-se-lhe esse mérito —já não hesita em pôr na mesa.
13/06/12
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2 comentários:
"Resta-nos esperar - e fazer por isso".
Porra, então além de ficar à espera ainda faz "por isso", por ficar à espera?
Viva, Dédé, sempre bem aparecido. Mas já vi comentários seus mais oportunos. Embora agradeça — sinceramente, porra — a sua preocupação didáctica com o meu português, quero, desta feita, manter a admissibilidade da construção incriminada. Não quererá V., com a hombridade e a lanheza a que nos habituou, rever o seu juízo?
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