21/06/12

Um argumento pela preservação da natureza

O de Edward Abbey:
“the wilderness should be preserved for political reasons. We may need it someday not only as a refuge from excessive industrialism but also as a refuge from authoritarian government, from political oppression. Grand Canyon, Big Bend, Yellowstone, and the High Sierras may be required to function as bases for guerrilla warfare against tyranny...The value of wilderness, on the other hand, as a base for resistance to centralized domination is demonstrated by recent history. In Budapest and Santo Domingo, for example, popular revolts were easily and quickly crushed because an urbanized environment gives the advantage to the power with technological equipment. But in Cuba, Algeria, and Vietnam the revolutionaries, operating in mountain, desert, and jungle hinterlands with the active or tacit support of a thinly dispersed population, have been able to overcome or at least fight to a draw official establishment forces equipped with all of the terrible weapons of twentieth century militarism.”
Com "Budapest" e "Santo Domingo" ou autor refere-se a isto e isto (o texto é mais ou menos da minha idade, e a tal "recent history" já não é assim tão recente).

Indo ainda mais longe que o autor, eu acrescentaria que a natureza mais ou menos "selvagem", além de poder ser um refúgio contra a opressão politica, também é um potencial refúgio contra a opressão "social"; nomeadamente no que respeita aos tempos "livres", é no meio "natural" (com todas as ressalvas, reconheço, que podem ser levantadas ao conceito de "natural") que é mais fácil exercer actividades lúdicas auto-organizadas e auto-geridas.

4 comentários:

Miguel Serras Pereira disse...

Camarada Miguel M,

não o texto que citas, que não me convence por aí além, mas aquilo que tu próprio dizes, parece-me dever referir-se mais a uma transformação inteligente e "libertária" da "natureza" em paisagem (que é um tecido conjuntivo de natureza e cultura) do que da simples preservação.
À margem desta transformação que é transformando a natureza que nos revela as suas potencialidades de toda a ordem, não há trilhos na floresta, mas selva intransitável; não há acesso às água dos rios, mas balsas e matos que escondem o seu curso, e por aí fora.
Portanto, creio que a questão não é preservação versus transformação, mas: que transformação e modo de composição com o elemento "natural" convém a uma sociedade livre?

Abraço

miguel(sp)

João Bernardo disse...

Pois... e La Mort en ce Jardin, de Luis Buñuel.

Libertário disse...

Não se poderá, a meu ver, criar a comunidade do futuro, que já se chamou comunismo, após a derrota do capitalismo sem pensar muitas destas questões colocadas pela ecologia do uso das tecnologias adequadas à preservação e recuperação de ecossistemas; da despoluição ao fim da lógica de concentração urbana; da sustentabilidade da economia e do planeta ao fim da sociedade de consumo; do fim do trabalho como destino e condenação da humanidade...
Tal como não acreditamos num capitalismo «ecológico» também não desejamos um «comunismo» baseado no desenvolvimentismo e em ilusões tecnocráticas.

H d'omem disse...

Diversidade é uma das palavras de ordem.