Almas bem intencionadas como o Renato exultam com a possibilidade de Ahmadinejad andar a oferecer «brinquedos» ao Hezbollah: «Terá sido desta que chegaram os mísseis terra-terra com capacidade de arrasar qualquer cidade em Israel? Quantos mais terra-ar chegaram para emboscar a aviação?»
Mesmo sem dar importância a um certo aperto de alma por imaginar fanáticos religiosos com o poder de arrasar seja o que for, impõe-se um reality check: que existam mísseis no arsenal de Teerão capazes de obliterar cidades já é duvidoso (não basta chegar lá, falta a capacidade de infligir danos sérios); mas imaginar que Israel deixasse tais sistemas de armas em pé durante mais de uma semana é pura e simplesmente inconcebível. Depois, a fantasia de mísseis de tecnologia chinesa (gamada aos russos com ajuda da UNITA, por sinal) serem capazes de abater os F-16 israelitas é puro wishful thinking.
E imagine-se quando chegarem a Tel-Aviv os novos F-35, com capacidade stealth e anos-luz à frente de qualquer oponente na região. O amigo americano não quer saber se quem manda em Israel é louco ou não – o que me faz pensar numa história de FC clássica, em que um cientista nuclear americano descobre que alguém ofereceu ao seu filho deficiente mental uma pistola carregada; a metáfora é óbvia mas continua actual.
14/10/10
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
3 comentários:
Ó caraças, reality check, wishful thinking, capacidade stealth...
Boa-vai-ela!
A.M.
Uau! O Luís Raínha também gosta de "brinquedos"! Mas que infantilidade...
Luís T. Neves
Por acaso até gosto. Ficou-me dos dois anos que passei como especialista de artilharia anti-aérea...
Enviar um comentário