08/10/10
Seja lá como for, este panorama é hediondo
por
Luis Rainha
Neste momento, não quero saber das miríficas terapias que dali vão eclodir. (Ou não). Continuo na minha: a visão das traseiras da sede da Fundação Champalimaud proporciona um espectáculo deprimente. Aquelas filas de janelas, dispostas como que num bloco prisional, apostas a uma parede monolítica e indiferente, são o retrato perfeito de um edifício que não quer saber da cidade nem das pessoas – excepto as suas. Visto de dentro, ou do lado de lá do Tejo, pode ser coisa harmoniosa, linda até. Visto de onde os lisboetas o vêem, é um mono de costas viradas para a urbe que tão generosamente o alberga. Mas não haveria fachada menos sinistra para nos mostrar? Ou outro sítio qualquer para o implantar, onde houvesse menos gente para o ver e menos paisagem para obstruir?
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
2 comentários:
Bom texto. Espera-se pela continuação, claro. Mete muita confusão a localização da Fundação , ao que parece, situada em terros públicos da Docapesca. Mesmo em cima do forte tal-e-tal e da Torre de Belém.Urge investigar, concretamente, e denunciar o saque hediondo realizado a coberto dos falsos efeitos filantrópicos de uma fundação/hospital(centro de investigação) assente na lógica mais sofisticada da exploração capitalista! Terá sido mais um lance do empreendorismo interclassista da Mota/Engil( Jorge Coelho) de braço-dado com os grupos de pressão/loobie e negócio da órbita de Dias Loureiro,Proença de Carvalho & Associados ? Começa-se a perceber, por outro lado, por que é que J.Miguel Júdice perdeu a " gestão " da Frente Ribeirinha, recordam-se? Niet
A implantação do imóvel " obrigou " à alteração do PDM de Lisboa. Sá Fernandes e Helena Roseta, em 2008, abstiveram-se e depois- oh.céus..- parece que elogiaram a maquete e...o projecto total. Proença de Carvalho aparece como o " cérebro " da Fundação Champalimau.Os terrenos pertencem à Administração do Porto de Lisboa, e foram alugados por 75 anos, ao metro quadrado. Niet
Enviar um comentário