O filho mais velho do líder da Coreia do Norte, Kim Jong-il, afirmou ser contra a transmissão hereditária do poder para o seu irmão mais novo, em entrevista divulgada pela televisão japonesa Asahi TV.
"Pessoalmente, oponho-me à transmissão hereditária (do poder) a uma terceira geração da família", disse Kim Jong-nam, que se exprimiu em coreano, numa entrevista realizada no sábado, em Pequim.
"Mas penso que há certas razões internas para isso. Se é o caso, penso que temos de aceitar", acrescentou.
O meu camarada Miguel Cardina já referiu aqui esta notícia numa perspicaz nota sobre a sucessão dinástica do baluarte anti-imperialista, mas sem considerar a relevância das declarações do primogénito do Querido Líder para os interesses nacionais de Portugal, em geral, e, em particular, para a posição a adoptar pelo PCP frente a uma eventual segunda volta nas próximas presidenciais.
Com efeito, Francisco Lopes, se Manuel Alegre vier a ser o adversário de Cavaco numa eventual segunda volta, poderá, com efeito, recorrer quase às mesmas palavras, que os militantes mais fiéis só terão de repetir tanto a quem lhes dê ouvidos como, cada um deles, no seu foro íntimo. Assim:
"Pessoalmente, oponho-me ao apoio à candidatura burguesa de Manuel Alegre numa segunda volta das presidenciais. Mas penso que há certas razões internas para isso. Se é o caso, penso que temos de aceitar".
12/10/10
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2 comentários:
Porque será, ou antes, que doença intelectual e política pode explicar esta obsessão de MSP em meter sempre o PCP ao barulho quamndo fala da Coreia do Norte,
ainda por cima, como é o caso presente, absolutamente a martelo ?
Pensará que os leitores são todos tolinhos e não percebem que isto nem chega a ser cassete porque não passa de um velhíssimo 35 rotações, riscado e que por isso não sai do mesmo sítio ?
MSP, tire férias e vá ler o «Partido com Paredes de Vidro» pois lá encontrará aprofundadas referências, reflexões e concepções que estão nos antípodas dos traços essenciais do regime norte-coreano.
Vítor Dias,
provavelmente, o mesmo se poderia dizer, a partir de o "Partido com Paredes de Vidro" e das suas "aprofundadas referências, reflexões e concepções (…) nos antípodas dos traços essenciais" do regime chinês.
O que não impede o reflexo defensivo, não digo seu, mas de muitos dos seus companheiros de jornada e camaradas de partido à menor denúncia do papel da RPC na consolidação da dominação capitalista global, da promoção da precarização generalizada, da apologia tipicamente oligárquica, no plano ideológico, da "sociedade harmoniosa".
Num grau só ligeiramente atenuado o mesmo apoio, no discurso da acção, parece ser um reflexo instintivo perante qualquer ataque ao regime norte-coreano. No mesmo discurso da acção, outros sinais há abonatórios da minha leitura: suponho, com efeito, que a presença do partido dinástico da Coreia do Norte nas festas do Avante! significa solidariedade e reconhecimento de afinidades fundamentais com o regime que aquele encabeça. Não será assim? A partir de que grau de divergência na interpretação do centralismo democrático deixa um partido de ser convidado para estar representado no certame? Ou,se preferir, porque não são convidados outros partidos - sei lá, social-democratas nórdicos, ou outros - apesar de por alguns traços essenciais estarem também nos antípodas das concepções do PPV?
msp
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