04/01/12

Blasfemar é o mínimo que podemos fazer contra a censura islâmica em Marrocos



Rabat interditou a circulação da revista francesa [Le Nouvel Observateur] por conter uma representação do rosto de Maomé, o que é interdito pela tradição muçulmana.
O número especial da revista Le Nouvel Observateur, consagrado aos "Árabes", foi impedido de circular em Marrocos por comportar na capa uma imagem do profeta do islão, o que esta religião considera uma blasfémia.
Entre os textos do semanário encontram-se três dedicados especialmente à figura e ao trajeto de Maomé: "O verdadeiro rosto de Maomé", "os poetas do profeta" e "nem livres nem submissas", este último sobre a condição feminina e o islão.
Marrocos é um país de religião oficial muçulmana e o Rei Mahommed VI detém o título de "comendador dos crentes".
A proibição de difusão de Le Nouvel Observateur sucede dias depois de uma outra publicação francesa, L'Express, ter conhecido a mesma sorte com um número especial sobre "a grande história dos povos árabes". Nesta última publicação, a capa é integralmente consagrada à representação do profeta, que surge a cavalo como chefe militar.
Comentando a decisão e os protestos das duas revistas francesas, o ministro da Informação de Marrocos, Khalid Naciri, explicou que "esta sempre foi a nossa posição e permanecemos fiéis a ela, já que a aquestão é de grande sensibilidade para a nossa opinião pública".

3 comentários:

Anónimo disse...

Oh, MS Pereira, Marrocos,e a sua democracia paralela, têm mesmo pedalada. O rei M6 conseguiu engrominar- observadores isentos dizem por pouco tempo...- o partido islamista mais esquizofrénico do Norte de África, mas o fortissimo Movimento " 20 de Fevereiro" tem conquistado grande implantação junto da classe média marroquina, em geral, e da juventude diplomada no desemprego, em particular. O governo do PDJ( partido do Desenvolvimento e Justiça, islamista diluído em tintas nacionalistas duvidosas...) tomou posse, há dias, mas tem pela frente para tentar resolver um piramidal problema socio-económico- desemprego e corrupção crescentes- a par de um sistema quase medieval de nepotismo monárquico asfixiante e manipulado pelos USA e França. A Primavera de 2012 vai, por certo, incendiar Marrocos, para lá do bem e do mal. Niet

Anónimo disse...

Déjà vu all over again: Médias pró-sistema norte-americanos lançam campanha histérica para espevitar a guerra contra o Irao, se o estreito de Ormuz ficar fechado pelas forças armadas iranianas...Niet

Anónimo disse...

Dado-chave para a conjuntura marroquina actual: O P.D.J. apesar de ter tido um crescimento exponencial de votos e lugares no Parlamento, nao conseguiu evitar que o rei M6 e os partidos conservadores arrebanhassem os ministérios-capitais: M. Economia & Finanças( partido Istqal, Conservador),M. do Interior/Policia( Movimento Popular, Centro-Direita); Negócios Estrangeiros, Defesa e Assuntos religiosos, tecnocratas ligados ao Palácio. Dois grandes comentadores políticos e politológos, B. Jemai e Y. Belal, escreveram nos média locais, sem embargo, que o PDJ " nao controla o poder porque nao controla os Ministérios mais importantes...". Niet