08/02/15

Podemos, a "cidadania" e "la gente de a pie": Teresa Rodríguez contra o "leninismo amável" do secretário-geral e dos seus comissários

Que não se pode promover o poder da "gente de a pie" ou os direitos governantes da cidadania comum concentrando a direcção hierárquica de um partido ou movimento que se proponha representá-los e/ou organizá-los disciplinarmente a partir do "exterior", eis o que Teresa Rodríguez e outros opõem ao "leninismo amável" do secretário-geral e seus comissários de Podemos. Esperemos que as águas mornas do tacticismo não diluam a prioridade da exigência assim formulada em nome da "unicidade da alma" do partido ou da necessidade de cerrar fileiras em torno de um "estado-maior" contra o "inimigo comum". Com efeito, é difícil conjugar as recentes declarações de compromisso —El candidato a liderar Podemos en la Comunidad [de Madrid] ha cosechado varios aplausos con su discurso de este sábado en el Ateneo de Madrid, en el que ha insistido en que en Podemos "no hay dos almas", y que de resultar elegido secretario general del partido en esta autonomía tenderá su mano al instante a sus rivales en este proceso interno — de Miguel Urbán — o mesmo que,  en anteriores ocasiones (…)   ha pronunciado discursos más críticos con la dirección del partido — com as seguintes palavras de Teresa Rodríguez:


Quien no ha dudado en hacer un par de reproches directos a la dirección estatal ha sido Teresa Rodríguez, eurodiputada y candidata a las primarias con las que Podemos elegirá quién debe disputar la Junta de Andalucía a Susana Díaz.

En una intervención retransmitida por Skype, la europarlamentaria ha respondido a las palabras de Pablo Iglesias, que este miércoles defendía las virtudes de contar con una organización "disciplinada" y "cohesionada políticamente", en un discurso de apoyo a su candidata en Aragón, Violeta Barba. "¿Disciplinarnos con quién? Si no hay base social ordenando, ¿cómo saber a quiénes disciplinarnos?", ha esgrimido Rodríguez, antes de afirmar que "las organizaciones y las personas se corrompen porque no están controladas por la gente". "Sois parte de ese Podemos del que me siento parte", ha asegurado Rodríguez al público. 

12 comentários:

Álvaro disse...

E continua a dar cobertura ao assassinato de caráter orquestrado pelo comité central do PP e do PSOE?! Quero acreditar que seja ingenuidade.

Miguel Serras Pereira disse...

Álvaro, eu não chamaria assassinato de carácter às críticas de Teresa Rodríguez nem creio que ela obedeça a maestros do PP e/ou do PSOE.
Teresa Rodríguez e outros têm dito que aquilo que os opõe a Pablo Iglesias e à sua linha são os princípios organizativos (o regime interno que tentam consolidar em Podemos) e não as medidasd programáticas. No entanto, é difícl aceitar que as coisas possam separar-se assim: o tipo ou modelo de organização prefigura, mais do que esta ou aquela medida, o tipo de sociedade e de relações de poder que um partido ou movimento de facto visa. É por isso que creio que a oposição interna a Iglesias — para quem admite que TR, por exemplo, tem razão nas suas críticas — deveria ser menos contemporizadora com o pablismo — a bem do "poder de la gente".

msp

Álvaro disse...

MSP, então não é evidente que eu estava a referir-me à reprodução que você faz das notícias estrume do El pais, El mundo e quejandos (ver post abaixo). Como é evidente, não me referia a qualquer reflexão sobre a organização desse partido como a que você faz neste post.

Miguel Serras Pereira disse...

Álvaro,
se se refere ao caso Monedero, o que se passa é que as explicações dadas por ele são POLITICAMENTE insuficientes, independentemente de considerações estritamente legais. É o que reconhecem numerosos apoiantes de Podemos e vários observadores que, denunciando embora a natureza interessada da insistência da dupla PP/PSOE no problema, não concluem por isso que, se Monedero é atacado, tanto basta para que o devamos defender, sem discutir sequer o conteúdo da acusação. De resto, há um nexo forte entre o "culto da personalidade" que a equipa de Iglesias promove, a sua reivindicação de um estatuto de excepção ad legibus solutis, a prioridade da eficácia disposta a sacrificar a democracia, e o caso Monedero — não é difícil compreender porquê.

msp

Álvaro disse...

Pois, as explicações podem ser politicamente insuficientes (embora não diga porquê), mas você já começou a misturar coisas que não podem ser misturadas. Começou por colocar neste blogue um texto estrume do El Pais sobre uma suposta fraude do curriculo profissional/académico desse senhor Monedero e que serviu para o enxovalhar em tudo o que é comunicação social espanhola alinhada com a situação. Veio depois o próprio El Pais, num texto vergonhoso, reconhecer que era tudo uma cosntruçõa sofística sobre coisa nenhuma. O objetivo? Assassinar o caráter de uma pessoa que é inimiga política dos donos do El Pais.
A seguir, coloca neste blogue textos sobre as supostas trapacices fiscais do senhor Monedero. Como vem agora reconhecer em comentário, não há questões legais aqui. Pode haver questões políticas - mas quais? Não diz, coloca-se nas mãos de "la gente de a pie" e de "observadores". Ora, mais uma vez, o que está a fazer é usar um assunto que nada tem a ver com as suas críticas à organização desse partido para, através da desvalorização do caráter de um dos seus dirigentes (por interpostas pessoas), dar força ao seu argumento, reconheça-se, esse sim, politico, e que até tem o seu interesse. Mas pelo caminho não hesita em usar as armas que os agentes da situação em Espanha lhe colocaram nas mãos. Na minha maneira de ver, essa postura não abona nada a seu favor. Mas cada um sabe de si.

Miguel Serras Pereira disse...

Álvaro,
há aqui vários problemas. As acusações publicadas por El País nem todas eram falsas e nem todas foram desmentidas. Em segundo lugar, que o establishment ache que vale tudo contra Podemos, não significa que tudo o que os membros mais destacados de Podemos façam esteja por definição acima de toda a suspeita.
Mas, enfim, já me dou por satisfeito por você achar que as questões de organização, os problemas que levanta o regime interno de Podemos, são pertinentes. São essas que, no fundo, me interessam: o caso Monedero é só um sintoma, ainda que eloquente. E sobre essa questão não estou longe de subscrever as seguintes afirmações de Ignacio Escolar em eldiario.es:

1. Si Juan Carlos Monedero ha presentado una declaración complementaria y ha pagado 200.000 euros al fisco, implícitamente está admitiendo que antes hizo algo mal: que no cumplió correctamente con sus obligaciones con Hacienda. Es una obviedad, pero conviene subrayarla para quienes solo ven en esta historia una persecución del Gobierno y de cierta prensa, que también la hay.

2. No, lo criticable en este caso no es que Monedero gane mucho o poco dinero o que facturase a través de una sociedad limitada sin trabajadores: eso es perfectamente legal. Si el Gobierno cree que no debería serlo, tiene en su mano cambiar la ley. El incumplimiento de Monedero con el fisco –que él mismo admite al regularizar su situación– fue cobrar ese trabajo a través de una empresa que acababa de crear. Según su propia versión, esos 425.000 euros son el pago por dos años de trabajo. De ser así, tenía que haber facturado como autónomo, o crear la empresa antes de empezar a trabajar.

3. Es posible que este error sea consecuencia de un mal asesoramiento fiscal; no sería al primero que le pasa. Pero esta explicación no sirve como disculpa absoluta. Pagar correctamente tus impuestos siempre es una responsabilidad personal.

4. Monedero no puede actuar como los mismos políticos que, con razón, critica, y enrocarse en el 'y tú, más' o en ese “Montoro, no te tengo miedo”; una frase que pronunció apenas unas horas después de poner en orden su situación fiscal. Tiene que aportar toda la documentación y los contratos de este asunto porque 425.000 euros –medio millón de dólares al cambio– no es una cifra menor ni el origen del dinero está libre de sombras. Era necesario explicarlo con papeles antes de que presentase una declaración complementaria, y ahora lo es mucho más.

Saudações democráticas

msp

Miguel Serras Pereira disse...

Mais uma reflexão pertinente sobre o caso Monedero e a atitude da direcção de Podemos no que se lhe refere:


Sigue Monedero desaparecido de los platós de televisión en los que estableció durante semanas el ser y el deber ser del político honrado y denunció los fallos del sistema, injustamente por él y los suyos llamado régimen. Está ausente de los medios después de haber prometido que volvería con todas las pruebas habidas y por haber; no comparece ni en mítines, ni en convocatorias de prensa, ni en entrevistas o debates y envía al bueno de Luis Alegre a comerse el marrón de sus presuntas irregularidades.

No contesta, en fin, a los que desde su propio partido –en Plaza Podemos– piden que se vaya, que dimita, que se aplique su propia doctrina, que deje de manchar el nombre del nuevo partido.

No es posible ni creíble que Monedero haga en solitario un presunto trabajo de asesoría sobre materia compleja, y en la que no parece experto (moneda bolivariana), y tres años después lo cobre de lujo a través de una empresa creada al efecto un minuto antes, con el consiguiente ahorro fiscal; es decir, con menos dinero para el erario público.

No parece de recibo que, después de tres escaqueos notificadores ante Hacienda, Monedero pague 200.000 euracos a tocateja, como si de un consultor liberal se tratase; que se muestre renuente a pagar impuestos –hospitales, escuelas, carreteras– a la primera, pero tenga un montón de pasta dispuesta para pagar sin anestesia cuando le han achicado los espacios. Tres cuentas corrientes abultadas es más propio de los de arriba que de los de abajo, Monedero.

El repertorio de disculpas puestas por él y su entorno les emparejan ya con lo que vienen criticando desde hace meses. Desde el "qué hay de malo en crear una empresa" (Bescansa) hasta el "cuando atacan a Monedero y a Tania, me atacan a mí", de Iglesias –reencarnado en el dirigente socialista que dijo hace muchos años "dos por uno", cuando vinculó su historia a la de un número dos (Alfonso Guerra) que entonces se veía turbia–, el argumentario de Podemos no ha excluido los lugares comunes de ‘campaña orquestada’, ‘y tú, más’, ‘ladran, luego cabalgamos’ y otras frases sobadas por el uso de los de arriba.

El caso es que Monedero, con los labios prietos, agitación de brazos como parapetos y el gesto a la defensiva, solo salió un 29 de enero a decir "no tengo miedo", cuando compareció, con hora y media de retraso, en un mitin después de depositar en Hacienda un dinero, ¡200.000 euros!, que informaba de que las cosas no estaban claras antes.

La complementaria cuenta que no había habido transparencia, que no se ha pagado de saque lo que se debía y que se suelta el dinero a regañadientes solo después de que te han pillado.

Todo esto, como nos recuerdan gentes tan poco sospechosas como Cayo Lara y los propios de Plaza Podemos, resulta doblemente sangrante cuando uno ha escupido hacia arriba con tanta vehemencia, insistencia y aparente sentido común; cuando uno ha criticado desde abajo a los de arriba por no pagar impuestos.

Monedero tenía que haberse aplicado su propia doctrina hace tiempo y haberse pirado ya, Iglesias y los justificadores de este asunto indefendible deberían pedir perdón por haber caído en tan poco tiempo en los regates tramposos que tanto han denostado.

Dicho esto, los gestos matones –perdón por la redundancia– de Montoro, la melonada de los socialistas de querer empatar a Bárcenas con Monedero, las referencias inapropiadas en rueda de prensa del Consejo de Ministros, los términos despectivos con los que el portavoz ágrafo del PP se refiere a Monedero, cambiándole el apellido entre risitas, no son de recibo, resultan inapropiados y solo sirven para desviar la atención de lo esencial: que Monedero no ha cumplido con la Hacienda de su país y se ha traicionado a sí mismo.

¿Para cuándo la explicación tan prometida antes los medios, Monedero?
(http://www.eldiario.es/zonacritica/Monedero-desaparece-teles_6_355274516.html)

msp

Miguel Serras Pereira disse...

Um dos cronistas que no publico.es mais se tem distinguido pelo seu apoio a Podemos, Arturo González, pronuncia-se sobre o caso Monedero em termos que dão que pensar:


Podemos no puede, no debe, continuar su andadura sin resolver de manera contundente y meridiana el asunto Monedero. Éste no es un asunto menor. Por absurdo que pueda ser, la política española de los próximos meses girará en torno a ello. Y la postura más dañina, tanto para el partido como para sus bases o simples simpatizantes, sería tratar de ignorarlo.

En buena lógica, Monedero debería renunciar a formar parte de la dirección de Podemos o el partido debería expulsarle. Es sabido que cientos de miles de ciudadanos han cometido la misma irregularidad que Monedero, desde el que paga al fontanero sin IVA o crea una sociedad para pagar las vacaciones de sus hijos o el abono a la Feria de San Isidro hasta los incluidos en la lista Falciani. Pero ello no sirve para exculpar a Monedero, sino para reclamar que también se investigue a esos miles o millones de ciudadanos, por cierto, muchos de ellos periodistas y políticos en ejercicio. No es admisible que Podemos oculte su pequeño cadáver en el armario.

Pero también resulta evidente, o al menos previsible, Que ni Monedero va a renunciar ni el partido a expulsarle. Preferirán guardar la corrupcioncita del muerto en el armario.

No menos evidente resulta que Podemos quedará marcado y dañado.

Resultan comprensibles la resistencia y el dolor que la renuncia causaría tanto a Monedero como a sus compañeros de partido.

Asimismo es evidente que si la renuncia o la expulsión se produjeran, el crédito de Podemos se vería no solo consolidado, sino ampliado en grado notable.

No basta con que diversos directivos de Podemos acudan a tertulias o den ruedas de prensa para explicarlo. Tiene que ser el jefe, es decir, Pablo Iglesias. En mi opinión debería convocar a los medios y dar cuenta pormenorizada de todos los hechos, objetivamente, reconociendo irregularidades si existen, y sin las generalidades y torpes justificaciones exculpatorias que hasta ahora ha dado en mítines y tertulias. Es incuestionable que Monedeo creó una sociedad instrumental para pagar menos impuestos por unos trabajos realizados a título personal. También debería explicar, con o sin Monedero presente en la convocatoria, el origen de esas cantidades y si ha habido o no financiación irregular de su partido. No es suficiente la remisión a su página web. Y una vez narrados los hechos, debería concretar su postura, si cree conveniente o no el someter al criterio de las bases o círculos la permanencia o no de Monedero en su cargo directivo. No hay asunto más grave que éste para consultar a los integrantes del partido: El afecto y reconocimiento de la indudable valía de Monedero frente al rigor político. Podría ocurrir que lo confirmaran o que lo expulsaran. Pero sería una decisión integral del partido, con el escrupuloso cumplimiento de su ideario. Si hicieran eso, con las garantías necesarias de fiabilidad, y presentasen el resultado a la opinión pública, ésta sabría cómo reaccionar en su apoyo electoral, disminuyéndolo, manteniéndolo o dándoles mayor y definitivo impulso. Pero en cualquier caso la decencia política quedaría inmaculada, sin sombras de duda y con renovado vigor. Sencillamente sería el partido deseado, sin dudas ni cerramientos de filas, sin tumores ni pequeños cadáveres en el armario, desarmando a sus enemigos y constituyendo a la vez gozo para la democracia española. Y sería la única manera seria de poner fin al asunto. Si no lo hacen, se integrarán en los vicios y miserias habituales de nuestra política. Ellos deciden.
(http://blogs.publico.es/arturo-gonzalez/2015/02/10/nadie-es-perfecto-ni-siquiera-podemos/)

msp

Álvaro disse...

Sabe MSP, voçê podia simplesmente ter usado esse barulho mediático todo à volta de um tipo que declarou rendimentos através de uma empresa em vez de declarar rendimentos a título pessoal para ilustrar como a construção de figuras/lideranças políticas fragiliza projetos políticos que navegam nas águas turvas do antagonismo/movimentismo/esquerdismo. Mas, infelizmente, voçê não resistiu a abraçar acriticamente o enxovalho produzido pelo establishment político-mediático espanhol, cujo único objetivo é destruir aquela organização, neste caso através do aniquilamento moral de uma pessoa. Aliás, não é primeira, nem a segunda, nem a terceira vez que o fazem, numa tentativa evidente de decapitar seletivamente aquela organização. Mas o que me interessa dizer é que esse descentramento da sua posição no fundo vem mostrar que até o MSP é homem, e que os homens têm destas coisas, enganam-se, tomam opções erradas. Tal como o sr. Monedero se enganou, ele que estava longe de imaginar que ia ter a cáfila toda a morder-lhe os calcanhares e o ministério das finanças espanhol a expor a sua vida financeira na praça pública por ter querido financiar o seu projeto médiático na internet pagando o imposto de sociedades em vez do imposto sobre rendimento pessoal.

Miguel Serras Pereira disse...

Ouça, Álvaro, eu partilho, como é visível, de parte das suas preocupações de fundo. Não sei se lhes daremos as mesmas respostas, mas poderíamos discuti-las com proveito mútuo, e talvez de terceiros. O que não percebo é que mosca lhe mordeu para me acusar de alinhar com o establishment quando denuncio os que, a pretexto de lutarem contra ele e de assim acederem ao poder de dirigirem a cidadania comum e caudilharem (e quilharem) a "gente de a pie", mais não fazem do que reciclar os métodos e modos de agir dos seus concorrentes na disputa do mesmo tipo de poder. Porque, se não for o tipo de poder a mudar, nada teremos podido. Já agora remeto-o para a crónica de Luis García Montero que cito num post acabado de publicar aqui mesmo (http://viasfacto.blogspot.pt/2015/02/um-tiro-no-porta-avioes-da-demagogia-do.html)

Saudações democráticas

msp

Álvaro disse...

MSP, a sua intrangisência em reconhecer que instrumentalizou "factologia" ficcional absolutamente inaceitável do establishment para defender posições que são estimáveis de per si (se se situarem no plano do debate de ideias) leva-me a deixar esta troca de mensagens completamente esclarecido sobre os seus propósitos. Até sempre.

Miguel Serras Pereira disse...

Álvaro, eu poderia multiplicar as citações do tipo das que deixei acima, e creio que V. o sabe tão bem como eu. Poderia igualmente fazer-lhe notar o quase "desaparecimento" de Monedero dos media e dos actos públicos de Podemos — e por aí fora. Mas creio que seria inútil, uma vez que o Álvaro se recusa a pôr de lado a sua interpretação acusatória da minha leitura. É pena, mas é assim.

Até mais ver

msp