A Islândia retirou o seu pedido de adesão à União Europeia num contexto sem mácula que corresponde à vontade popular. (...)
A Islândia decidiu retirar o pedido de adesão à União Europeia porque foi essa a conclusão a que o seu povo chegou depois de ter passado os últimos anos a recuperar dos efeitos da bolha neoliberal em que os bancos mergulharam o país depois de, à revelia dos interesses dos clientes, se terem transformado em grandes apostadores do seu dinheiro na roleta da finança mundial. (...)
Pois é, os islandeses decidiram que não querem a União Europeia e que desejam continuar a usar a sua moeda sua em vez do marco alemão travestido de euro.
Só há uma coisa que Goulão parece esquecer-se: os protestos populares que se seguiram à decisão do governo de direita islandês de retirar o pedido de adesão à UE, exigindo que essa decisão fosse tomada por um referendo (os protestos eram sobretudo por quererem um referendo, não por quererem mesmo aderir à UE - algumas das organizações e partidos que condenaram a decisão do governo até são claramente eurocéticos; mas o meu ponto é exatamente contestar a visão de Goulão que apresenta a retirada do pedido de adesão como "sem mácula" e produto da "vontade popular", quando foi uma decisão tomada à revelia do povo).
0 comentários:
Enviar um comentário