25/03/17

Desde 2011 a elogiar os portugueses.

Desde que rebentou a crise em 2008, os portugueses passaram a estar no centro  da crise. A solução para a crise imposta a Portugal pela Troika - negociada pelo PS e depois executada pelo PSD+CDS - passava, sobretudo, por empobrecer os trabalhadores e por dificultar o acesso aos serviços públicos, tornando. nalguns casos, o acesso impossível. Diminuir o défice era a panaceia universal.
Na saúde e na educação a mercantilização do acesso atinjiram níveis brutais. Nas pensões e nos salários além do ocngelamento verificou-se uma importante redução através do colossal aumento dos impostos.
Tudo aquilo que os portugueses sofreram, foi-lhes imposto. Não se tratou de uma escolha. Os portugueses foram obrigados. Obrigados a pagar os gastos, os erros, e os saques daqueles que, nos períodos anteriores, colocaram biliões em offshores, um pouco por todo o mundo.   Com a cumplicidade e o benefício do sistema financeiro e em seu nome.
Por isso a declaração de 2014 de Passos Coelho provocou raiva em quem a escutou. Como outras que Portas não perdeu a oportunidade de proclamar, sempre que podia, como se estivesse possúido pelo cinismo.
Portugal atingiu neste ano o défice mais baixo da democracia e António Costa não perdeu a oportunidade de vir agradecer aos portugueses. Esse resultado deveu-se a uma diminuição brutal do investimento público e a uma desaceleração no ritmo de devolução aos portugueses dos rendimentos retirados durante anos. Por isso não sei se os portugueses estão assim tão satisfeitos como António Costa. Não sei se os portugueses preferiam ou não uma governação que fosse menos exuberante no défice  e mais comprometida com a correção da desigualdade, mais comprometida com a transparência na vida pública e com o combate à corrupção. Mais comprometida com a qualidade da democracia.
António Costa, nesta fase, não depende apenas de si próprio. Por detrás dele, nesta declaração, assomavam virtualmente Jerónimo Martins e Catarina Martins. Da sua força ou da sua fraqueza resultará um resultado politico e económico que constituirá uma alternativa no quadro da austeridade ou um resultado que mostrará ser possível no quadro da UE romper com o essencial da austeridade. O caminho percorrido até agora, apesar dos sinais, mantêm-se, no essencial, no primeiro quadro politico.

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