09/10/11

"Occupy Wall Street" e o anti-capitalismo

An infantile disorder, por Chris Dillow:
I say this because if anti-capitalism were the dominant motive of that section of the left that “indulges” illiberal regimes, then we’d expect to see a lively discussion of alternatives to capitalism.

But this is precisely what’s missing. AFAIK the left doesn’t have much interest in such alternatives; the relative merits of various non-capitalist ownership structures just doesn’t get much discussed - or if it does, no-one brings such  discussions to my attention. When I occasionally suggest a case for workers’ democracy, I feel like a crank making a lone call.

“Smash capitalism and replace it with something nicer” seems to be the limit of “anti-capitalists” interest.

Take, for example, the two most prominent left movements - UK Uncut and Occupy Wall Street. Granted, these movements reasonably pride themselves on their diversity and so shy away from specific programmatic demands.

 But as far as I can see, what demands there are fall short of the overthrow of capitalism. UK Uncut’s main policies are an opposition to spending cuts and a demand that the rich pay more tax.

The Occupy Wall Street movement has no official list of demands. This list submitted by one supporter contains only one proposal - a “guaranteed living wage income regardless of employment” - that comes close to a genuine transitional demand. Others are libertarianism (open borders) or Keynesian (more infrastructure spending). I suspect the movement is motivated by a desire to energize the left or opposition to “bad capitalism” rather than by full-scale anti-capitalism.

You could fulfill the (stated) demands of UK Uncut and Occupy Wall Street and capitalists would remain in charge of the means of production, distribution and exchange.

What’s missing from both is any vision that capitalism can be overthrown and replaced by democratic worker ownership. 
A mim, parece-me que o grande salto qualitativo de movimentos como o OWS estão mais nos meios do que nos fins - por enquanto, as exigências desses movimentos são simplesmente reformistas (no caso do UK Uncut talvez nem cheguem a isso - querem pouco mais que proteger o Estado Social como existe actualmente); mas são radicais nos meios, no apelo à mobilização popular (em vez de apenas lançar uma folhinha dentre de uma caixa) e sobretudo, no caso do OWS, a tentativa de governar o movimento por uma espécie de democracia directa.

3 comentários:

Anónimo disse...

Acho que se contradiz- muito positivamente- na sua análise. E para quê fazer fé no Chris Dillow, que é suporte dos franco-atiradores que pululam à volta do Partido Trabalhista inglês? E, acima de tudo, há que ser optimista e ousar pensar o impensável: as movimentações de rua em mais de 900 cidades norte-americanas podem fazer nascer uma nova abordagem política e criar uma dinâmica revolucionária afastando o espectro anquilosado das visões marxistas piramidais e burocráticas,claro. De qualquer modo,vale mais tarde do que nunca e que mil comentários se sucedam ao seu post. Salut! Niet

tiafo disse...

Isto é antes de mais um grande problema de semântica. Se forem perguntar a um anti-capitalista, a um keynesiano, ou a um libertário a definição de capitalismo, vão ter respostas diferentes. Como se pode discutir (e discordar) coisas diferentes? é uma inutilidade... Para muitos capitalismo não é sinónimo de livre mercado, para outros sim...

LAM disse...

Mais do que as exigências dos manifestantes ou da coerência das suas propostas (no OWS), é a dimensão do movimento que o está a tornar num caso sério:

"The running critique of the Occupy Wall Street protests is that they have too many bongo drums and not enough message coherence. But that hasn’t stopped Washington’s elite–Federal Reserve Chairman Ben Bernanke, Treasury Secretary Tim Geithner and President Barack Obama–from all hearing the same, singular message loud and clear."

Read more: http://swampland.time.com/2011/10/07/why-the-washington-establishment-is-heeding-occupy-wall-street/#ixzz1aNSS8FuR

Além do mais, a forma como as autoridades policiais têm lidado com o caso suscita peças como esta, que trazem a público a violação das liberdades que muitos americanos consideram dados adquiridos, com recurso a técnicas que, por cá, só estamos habituados a ver aplicadas aos penaltis e foras-de-jogo. Ora vejam:
http://www.youtube.com/watch?v=Zgr3DiqWYCI