O Jorge Valadas acaba de publicar, de colaboração com Hsi Hsuen-Wou e sob o nome de Charles Reeve, mais uma importante análise sobre o regime chinês e aquilo a que alguns chamam "capitalismo com valores asiáticos": Les mots qui font peur. Vocables à bannir de la toile en Chine, L'Insomniaque, 2011. Gostaria de poder anunciar para breve uma edição portuguesa deste trabalho, mas receio que tenhamos de esperar mais do que o razoável por esse acontecimento, tendo em conta que o ainda recente estudo sobre a China da mesma dupla — China blues. Voyage au pays de l'harmonie précaire, Paris, Gallimard, 2008 — ainda não logrou aparentemente a atenção dos editores da região.
Eis um excerto da apresentação do livro que vale a pena transcrever:
… os autores tiveram acesso por meio de uns quanros clics a um documento oficial chinês, tão confidencial como instrutivo. Ttata-se de uma lista que teria sido estabelecida pela polícia da Internet e que repertoria de antemão os vocábulos a censurar no espaço electrónico a partir dos primeiros prenúncios de uma revolta temida. É um excerto desse longo inventário das palavras que causam medo ao poder chinês que aqui publicamos. Limitámo-nos a acrescentar os nossos próprios comentários às nebulosas razões alegadas pelos ciber-chuis - de tal maneira é verdade que é da treva que irrompe a luz.
E para concluir este convite à leitura, vejamos o que diz o glossário nas primeiras linhas da entrada "campos de trabalho":
Sem dúvida, os campos de trabalho existem e são necessários, tanto para reeducar os desviantes como para dissuadir os que se sintam tentados a vir a sê-lo. Além disso, contribuem para a competitividade das nossas indústrias nos mercados internacionais. No entanto, a sua má reputação, forjada pelos detractores do nosso sistema, põe um problema de imagem, que prejudica as nossas empresas exportadoras, Apesar de todos os louvores que os campos merecem enquanto pilares do nosso sistema, é pois preferível que não se ouça uma palavra a seu respeito: o que evitará que se diga mal deles.
2 comentários:
1º há 400 ou 600 milhões de pequenos especuladores económicos
é 10% da população mundial (ok 8,8% ou menos) esses fluxos monetários são realmente significativos
porque até Taiwan e o Vietname têm dinheiro investido na China Continantal assis comu honga-Konga line e Sing a Pura
assis como Amrintsar e os Paki's os tem na Índia
logo levantar os fantasmas Gulagianos ou Polpotianos num mundo que está satisfeito pelo afundanço ocidental...é
enfim tenho de acabar uns 2 anos de relatórios até 4ª ou 5ª feira
e de resto nã sencina o pater noster ó bigário
kirye eleison
Acho a sua análise soberba, didática,demonstração evidente de que esta multidão de espectadores acorda lentamente.
Em suma, nestas condições singulares, este número astronómico de chineses deve ser reduzido.
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